Abra mentes

Escolha sua Língua

segunda-feira, 25 de maio de 2015

VIDAS DIVIDIDAS - UMA PROPOSTA LITERARIA


"...Como alguns e algumas a Magui nasceu numa família residente em DOMELA, um nome que acordando a língua local, na sua tradução em português significa “Coisas que Crescem”. Pela simplicidade humildade e pura realeza vivia a família da Magui. Mergulhando o sentimentalismo e o humanismo nas descendentes. Magui era ordinalmente terceira e penúltima filha de casa, caracterizada pela criatividade, buscadora de soluções, activa e muitas outras características que a faziam ser desigual das outras..."

Leia na itegra AQUI






segunda-feira, 27 de abril de 2015

O QUE MUDOU NO MUNDO REAL?

No século passado, o homem inventou a internet impulsionando a um patamar elevado o fenómeno de globalização que começou ha centenas de anos quando ele domesticou o cavalo e inventou a roda, mais tarde o automóvel, o avião, etc. Conhecendo, por isso, os mais dilatados espaços terrestres.

Entretanto, no mundo real mudou tudo. Era grande é agora pequeno. Era desconhecido, é devassado. Era fraccionado, intercomunica, quando não se funde. As fronteiras abatem-se. As cancelas franqueiam-se. As migrações sucedem-se. Os Antípodas avizinham-se. As informações massificam-se. As culturas interpenetram-se. As cidadanias sobrepõem-se. Os fluxos turísticos espairam-se. Os consumos repetem-se. Os hábitos mimetizam-se. Os espectáculos difundem-se. As línguas divulgam-se. As televisões imitam-se. As identidades retraem-se. As trocas libertam-se. Os mercados integram-se. Os valores apagam-se. As personalidades copiam-se. As diferenças nivelam-se.


Estas mudanças apelam à uma unicidade de tudo aquilo que outrora estava disperso. Propiciando assim, uma inteligência colectiva e uma cultura participativa no grau superlativo absoluto sintético. Os tempos são outros, convém a reestruturação das nossas sociedades. Será que o conceito de “isto é meu e de mais ninguém” vale a pena hoje?

segunda-feira, 20 de abril de 2015

CINCO MEIOS DE COMUNICAÇÃO E CINCO DATAS MARCANTES

alrocha-antenacultural.blogspot.comComo forma de responder a demanda e a dificuldade que muitos estudantes de Comunicação Social têm enfrentado na busca de datas, de forma sistemática, dos principais meios de comunicação. O olho do cérebro, inspirado pelo Francis Balle, apresenta abaixo as cinco datas e características marcantes respectivas a evolução da Imprensa, Televisão, Rádio, Cinema e Internet.






IMPRENSA

Data
Acontecimento
1440-1445
Gutemberg põe a funcionar, em Mayence, a sua máquina de imprimir
1605 ou 1609
Nascimento do primeiro semanário conhecido, Estamburgo, Relation: Aller Funemmen und gedenckwurdingeen…
1660
Criação do primeiro Jornal diário do mundo, o alemão Leipziger Zeitung.
1847
La Presse, jornal diário fundado em Paris, em 1836, por Émile Girardin, utiliza a rotativa aperfeiçoada por Marinoni
1993
San Jose Mercury News, Jornal diario da California, abre o primeiro sitio de internet na Web.
CINEMA
1895
Auguste e Louis Lumière registam a patente do cinematógrafo e rodam os seus primeiros filmes, La Sortie des Usines. Lumière e L’Arrivée d’un train en gare de La Ciotat. Em 28 de Dezembro tem lugar a primeira projecção pública no Grand Café, nomeadamente com o primeiro gag do cinema: L’Arroseur arrosé
1927
Primeiro filme falado e cantado, O Cantor de Jazz, produzido pelos irmãos Warner. Nascimento das actualidades filmadas, com o voo transatlântico de Charles Lindbergh
1937
Invenção do Technicolor.
1952
Realização do The Robe, primeiro filme em cinemascópio.
1995
Primeiro filme realizado em desenhos animados e em três dimensões, Toy Story, do americano Jhon Lasseter e produzido pela Disney
RÁDIO
1896
Guglielmo Marconi regista na Grã-Bretanha a patente da telegrafia sem fios sem fios, antepassado da rádio.
1917
A Revolução Russa é anunciada ao mundo pela TSF – Telegrafia Sem Fio.
1922
Criação, em França, da primeira estação privada, Radiola, por Émile Girardeau.
1935
Edwin Armstrong põe em prática a modulação de frequência.
1940
Em 18 de Junho, apelo do general de Gaulle pela BBC: “A chama da resistência não se apaga, nem se apagará”.
TELEVISÃO
1936
Transmissão dos jogos olímpicos de Berlim nas grandes cidades alemãs.
1948
Final da volta à França em bicicleta transmitida em directo por duas câmaras
1949
Criação, em França, do primeiro canal de televisão com a emissão de um jornal diário
1952
Primeira transmissão directa internacional por ocasião da coroação da Rainha Isabel II.
1968
Inicio das vendas dos televisores a cores para a transmissão dos Jogos Olímpicos de Grenoble.
INTERNET
1973
O francês Francis Gernelle o primeiro microcomputador do mundo: O Micral
1981
Lançamento da telemática francesa, a Minitel. Comercialização do primeiro PC do IBM
1984
Comercializacao do CD áudio
1994
Lançamento nos Estados Unidos do Pacote Digital de televisão por satélite (Direct TV), com serviços interactivos.
1999
Começa a pensar-se na substituição do gravador de vídeo por um disco Duro, num televisor, para gravar programas pré-seleccionados.


sábado, 18 de abril de 2015

PAISES POBRES PRODUZEM RICOS - DISSE Mia Couto


Acompanhei com algum desagrado a noticia publicada na penúltima edição do jornal Savana, que a Directora geral do Instituto Nacional dos Transportes Terrestres - INATTER, Ana Dimande[1], leva para casa cerca de meio milhão mensalmente, e isto lembrou-me o pensamento de Mia Couto: “A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos”. Ele tinha e continua tendo razão intemporal neste seu pensamento simples, mas, com uma semântica muito profunda.

Perfazem treze funcionários com títulos salariais graúdos. Fazendo, por isso, a utilização indevida das antigas percentagens de abonos sobre o salário base, o salário bruto mais baixo de entre os 13 funcionários da Direcção Geral do INATTER é de 180.467,28 Meticais. No total, os sortudos auferem mensalmente um salário acima de 3 milhões de Meticais.

Só o orçamento para pagar estes 13 funcionários caberia para pagar ordenado de mais de 670 trabalhadores que usufruem o salário mínimo na fasquia de 3.500 meticais. Este fenómeno parece mostrar-nos que há falta de vontade dos visados em adoptar medidas de austeridade rígidas. Vale lembrar que a economia de Moçambique não é feita pelos dirigentes que estão no topo. Ela é desenvolvida, de forma activa, pelos que estão na base: professores, enfermeiros, camponeses, entre outros, que, regra geral, recebem mal. Como torná-los motivados?

A política salarial é um instrumento que serve para motivar o proletariado, porém, quando ela é voltada para as classes altas, com valores tão altos como estes, cria descontentamento. Moçambique produz para os moçambicanos e não para alguns. Quanto custa 25 quilos de arroz? 20 Litro de óleo? 10 Quilos de batata? 20 Quilos de farinha? Leite? Transporte? Etc. O salário mínimo deve ser ajustado em função das necessidades realísticas, básicas e universais, dos seres humanos. Então, por exemplo, com 3500, conseguimos cobrir isso?

       É preciso deixar de dar “muito” dinheiro aos “chefes”. Sabemos todos que, embora receba um valor alto, goza também de inúmeras regalias desde combustível, alimentação, habitação, assistência médica medicamentosa, etc. Assim perguntamos: porquê tanto dinheiro se as suas necessidades básicas e universais estão encobertas pelas regalias? Não estou com isso a dizer que não recebam, porém que se adopte, urgentemente, medidas de austeridade rígidas. Porque casos parecidos, podem estar a acontecer em outros sectores ditos “gestores de receitas”.



[1] O mesmo Jornal publicou esta semana que a directora Ana Dimande foi afastada do INATTER em substituição da então directora provincial dos Transportes e Comunicações de Nampula, Ana Paula

sexta-feira, 17 de abril de 2015

QUALIDADE DE ENSINO EM MOÇAMBIQUE: DE QUEM É A CULPA?

Nos últimos tempos, tem se discutido com alguma efervescência (o que já é bom) a temática de qualidade de ensino no nosso país, porém, há um denominador comum em quase todos os discurso que acompanhei – todos procuram identificar o culpado, neste caso, o professor é a vítima. Puxando o debate para um campo mais científico, penso que falar da qualidade de ensino num País como Moçambique é, antes de mais, debruçar-se sobre as percepções e motivações deste professor, procurando localizar-lhe no tempo e no espaço.

A psicologia ensina-nos que o grau de percepção, assim como de motivação, são determinadas pelas necessidades, pois o organismo age de forma intencional voluntária ou involuntariamente, para buscar o “optimum de equilíbrio fisiológico, social e humano”.

O Teórico Abraham Maslow: afirma que as motivações humanas obedecem a uma hierarquia de necessidades e desejos. Essas necessidades vão desde factores que garantem a sobrevivência até as que nos levam às melhores transformações e evoluções, dentro dos campos situacionais, profissionais e existenciais. Os tipos de necessidades então seriam:

1.     Fisiológicas (fome, sede, ar, sexo e sono),
2.    Segurança (abrigo, protecção e ausência de perigo),
3.    Amor (filiação, aceitação e sentimento de pertencer),
4.    Estima (realização, aprovação, competência e reconhecimento),
5.    Autorrealização (possibilidades de uso das potencialidades individuais, com contínuo aprimoramento).

Para Maslow, quando uma dessas necessidades permanece insatisfeita, pode dominar todas as outras, isto é, quanto maior for o grau de satisfação e realização das necessidades, maior também seria a motivação humana para o crescimento e desenvolvimento social/individual.

Essa visão explica os interesses e as formas de funcionamento das pessoas em geral e faz com que identifiquemos os motivos que levam as pessoas a estarem em diferentes níveis de motivação, possibilidades e aspirações, no campo do trabalho, principalmente.

É verdade que não é possível satisfazer todas as necessidades do homem, dado que, estas são infinitas. Todavia, se as necessidades Fisiológicas (fome, sede, ar, sexo e sono) e de Segurança (abrigo, protecção e ausência de perigo) forem satisfeitas pelos PROFESSORES, já estaremos a dar, certamente passos galopantes para a tão almejada qualidade de ensino. Acredito que as outras necessidades serão satisfeitas se as duas primeiras estiverem realizadas pelo indivíduo. Então!? Como fazer isso?

Para além de um salário que se coaduna com a realidade do mercado moçambicano, penso que há um factor bastante fundamental, e que deve ser dada devida atenção para ultrapassarmos isso de forma inteligente. É preciso apostar na segurança alimentar para todos os moçambicanos. Ora vejamos que de acordo com um estudo feito sobre a “Analise da pobreza em Moçambique” cerca de 45% dos menores de cinco anos sofriam de desnutrição crónica em 2009 ou seja, tinham uma altura-para-idade muito baixa, uma melhoria em relação a 49% em 1997. Estas taxas de subnutrição estão entre as mais altas do mundo[1].





















Dentre várias consequências da desnutrição temos o atraso no desenvolvimento corporal e intelectual nas crianças. Logo, o grau de percepção de uma matéria escolar,, inteligência e criatividade depende, em grande parte, dos antecedentes alimentares.
É aconselhavel o uso de alimentos que contenham ferro em todas as fases da vida, mas, em especial, em bebés e idosos, que possuem uma necessidade maior de ferro no organismo para aumentar o seu cérebro e isto, por sua vez, a capacidade de aprendizagem. 
Exemplo:

Como podemos ver, a qualidade de ensino em Moçambique está em baixo nível qualitativo, não apenas pelas políticas educacionais que estejam a falhar, mas a actuação deficitária de outros sectores da sociedade afecta directa ou indirectamente o funcionamento do da educacao. Por exemplo, enquanto tivermos problemas de alimentação teremos naturalmente problemas de qualidade de ensino. Por isso, penso que seja extremamente preciso que todos os sectores se harmonizem e trabalhem com planos integrados. Caso contrário, não se pode falar de uma qualidade de ensino enquanto as necessidades fundamentais de muitos mocambicanos permanecerem insatisfeitas. 



[1] Bart van den Boom, Análise da pobreza em Moçambique, Março de 2011, Maputo, 55p

segunda-feira, 30 de março de 2015

REPENSANDO A PARTICIPAÇÃO INCLUSIVA

www.unicef.orgMoçambique é um país com cerca de 20 069 738 habitantes de acordo com o senso de 2007 e destes estima-se que  1.500.000 são portadores de deficiência. No entanto este grupo de indivíduos, na sua maioria, tem uma participação ínfima nos domínios da vida politica, social, económica, cultural, etc. dado que, variadíssimos factores concorrem, literalmente, para a sua exclusão.

* Os deficientes visuais encaram diversas dificuldades na área de educação, pois as bibliotecas públicas, bem como privadas não oferecem livros no sistema de código Braille. Sendo assim, torna-se difícil, para eles, a leitura de manuais.

Há quem pode dizer que a tecnologia é a solução para este problema porque hoje temos softwares sofisticados com inteligência suficiente para ler os ficheiros digitais. Não nego esta premissa, porem é preciso questionar quantos cegos possuem e sabem manejar o computador? Será que todos os livros de que precisam estão devidamente digitalizados?

* Temos escassez de professores capacitados a ensinar um deficiente, sobretudo auditivo e visual. Proponho que as Universidades com a inclinação pedagógica reformulassem o currículo e procurassem integrar técnicas de ensino a pessoas portadoras de deficiência. As escolas e sistemas de educação precisam ser transformados para atender às necessidades individuais de todos os educandos. Quantos professores recentemente formados estão habilitados a ensinar um cego? Um mudo?


* Os nossos edifícios tem sido, também, um calcanhar de Aquiles para muitos paralíticos… sem querer tocar a questão dos transportes… Parecem pequenos problemas, mas se reflectirmos iremos compreender que os efeitos deles advindos são de grande impacto na negativa. Participação Inclusiva é uma realidade ainda distante no contexto moçambicano. Precisamos repensar!

quarta-feira, 11 de março de 2015

MATAR UMA LÍNGUA É MATAR A IDENTIDADE DE UM POVO

tenamensagem.blogspot.com
Quando Moçambique tornou-se independente, em 25 de Junho de 1975, adoptou o Português como a língua oficial. Com isso, visava-se efectivar a unidade Nacional, dado a heterogeneidade linguística no país. De acordo com O Ethnologue[1], Moçambique tem 43 línguas, das quais 41 são línguas bantu, também chamadas “línguas nacionais” na Constituição da república, e as restantes são o português e a língua de sinais.

Os dados do Censo de 1980, no conjunto das línguas faladas em Moçambique, o português era falado por cerca 25% da população, e constituía a língua materna[2] de pouco mais de 1% dos seus locutores. Nos dias que correm, este cenário alterou-se completamente devido ao “prestígio” que a língua portuguesa conquistou no espaço moçambicano. Podemos ilustrar isso com os dados do censo populacional de 1997, onde o número de falantes do Português é já de 39,6% deixando para trás o E-makhuwa, com 26,3%, seguida de Xi-changana,  com 11,4% e da E-Lomwe,  7,9%.

As motivações e factores desta tendência progressiva de valorização da língua oficial portuguesa em Moçambique em detrimento das línguas nacionais são apresentados por Perpetua Gonçalves nos seguintes termos:

“…Contribuíram certamente para este aumento o facto de o conhecimento desta língua constituir uma base indispensável à obtenção de benefícios sociais e económicos, o que faz com que, a nível urbano, esteja em curso um processo intenso de mudança de língua[3].

Como podemos ver, de forma sucinta, há aqui algum problema que assenta na valorização das línguas nacionais por parte dos moçambicanos. Prevejo eu, que dentro de meio século tenhamos um número insignificante de falantes de línguas bantu em Moçambique, pelo menos, se o cenário continuar assim. Não quero com isso dizer que não falemos o português, mas que saibamos falar também a nossa língua local. Não existe língua mais importante que a outra.

Os colegas de carteira que convivem diariamente comigo, na sua maioria, afirmam não saber falar a sua língua de origem, porém compreendem-na. O mais incrível e curioso é que este mesmo indivíduo fala Português, Inglês, Espanhol e uma infinidade de línguas. Porquê ridicularizar o que é nosso? Porquê não manter o mesmo nível de interesse em aprender a nossa língua?

Embora, a nível dos meios de comunicação social de radiodifusão pública, haja um esforço de transmitir conteúdos e fazer emissões em línguas locais não é o suficiente. Tomemos todos, de forma particular, a mão na consciência para não nos deixarmos “colonizar” e “confundir” por este “imperialismo cultural”.




[1] Uma instituição linguística de princípios cristãos que estuda principalmente línguas minoritárias para propiciar a seus falantes textos bíblicos em sua língua materna.
[2] É a primeira língua que uma criança aprende e que geralmente corresponde ao grupo étnico-linguístico com que o indivíduo se identifica culturalmente
[3] http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/geografia/portuguesmocambique.pdf

sábado, 21 de fevereiro de 2015

A VANTAGEM DE UM DIÁLOGO DE QUALIDADE

www.xiskya.com
Conheço uma história de amigo meu, que dá conta que ele passou cerca de cinco anos atrás de uma mesma moça afim de namora-la. Depois deste período, finalmente, conseguiu tê-la como namorada e, logo depois, como esposa.

Embora o jovem tenha andado muito tempo atrás dessa “moça”, infelizmente, eles ficaram dois anos juntos e no terceiro separaram-se, isto é, a relação rompeu-se entre os dois devido a inúmeros factores que não posso precisar.

Quem de nós ficaria todo esse tempo atrás de alguém? O que terá falhado para o relacionamento romper-se rápido? Sempre que queremos convencer/conquistar uma mulher usamos argumentos através do diálogo e, regra geral, a qualidade do diálogo é proporcional à qualidade dos sujeitos e dos objectivos.

Entretanto, se os objectivos e argumentos deste jovem tivessem sido claros e de qualidade, provavelmente, não levaria tanto tempo para conquistar a referida “moça” e o relacionamento não teria sido frágil.

Um cenário parecido está acontecer com o nosso GOVERNO(?). Ficam muito tempo DIALOGANDO sobre um assunto e quando entram em “acordo” eclode um outro problema, assim, entramos num círculo vicioso de problemas. Vamos todos repensar isso.

Cá para comigo, penso que haja falta de “qualidade empática” de muitos dialogantes, tornando-se por isso egoístas perante causas patrióticas. Até porque um diálogo com qualidade poupa as nossas energias, nosso tempo e até poupa o nosso dinheiro… Em termos logísticos, quantos meticais gastam em cada ronda?

1.     Será que os objectivos de cada ronda são claramente delimitados?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

MAIS ALFABETIZADOS, MENOS OUVINTES DO RÁDIO(?)

O rádio é um meio de comunicação que para além de servir como entretenimento para diversas pessoas durante o dia, também é muito importante no tráfego aéreo, e nos sistemas de transporte em geral, na segurança, entre outros. A sua invenção remonta aos anos de 1600, quando William Gilbert Inventou o electroscópio associado ao magnetismo e só termina em 1906 com a invenção da “válvula audion”, pelo norte-americano Lee DeForest, constituída por filamento, placa e grade.

Com o fim da primeira Guerra Mundial, a indústria americana Westinghouse ficou com um grande stock de aparelhos de rádio fabricados para a guerra. Instalou-se uma grande antena no pátio para transmitir música e, assim, nasce a radiodifusão através da comercialização dos aparelhos[1]. Actualmente, vive-se num espaço público com diversos meios de comunicação, dentre os quais passo a citar: Rádio, Televisão, Jornal, Telefone e Internet. O tempo passa e as coisas mudam.

Em Moçambique, a maior parte das famílias antigas – digo há 10 anos – tinha sempre, em sua casa, um aparelho de rádio para manter-se actualizado, informado e entretido. O rádio era, sem dúvidas, o melhor amigo do homem. O factor “iliteracia” e pobreza têm sido apontados em muitos estudos, como a causa que faz com que este instrumento seja de maior uso e acessibilidade em Moçambique, dado que parte significativa da nossa população é analfabeta e pobre. Tendo em conta o primeiro factor, podemos arriscar o nosso pensamento e construirmos a seguinte premissa: Quanto mais alfabetizados formos, maior a probabilidade do desuso do rádio.

Este raciocínio parece lógico. Como sabemos, a taxa de iliteracia tem vindo a diminuir e aumentando a taxa de letrados. Este fenómeno cria o abandono do uso do rádio para a televisão e ou a internet. Como explicar isso? Simples. “Numa sala de aulas constituída por 30 estudantes na cidade de Maputo, uma professora colocou a seguinte questão: Quem escuta rádio? Quantos têm rádio em casa? Relativamente a primeira questão, apenas quatro afirmaram que escutavam o rádio e os restantes 26 não. Na segunda questão todos foram unânimes em dizer que não tem rádio em casa, porém, os que disseram que escutavam, faziam-no através dos “smart phones”. Embora todos tivessem smart phones, poucos escutavam rádio.”

Ademais, os estudantes não sabem explicar as motivações que leva-lhes a não escutarem rádio, mesmo tendo inúmeras possibilidades de o fazer hoje em dia. A televisão é o meio de comunicação mais acreditado, pois, todos vêem e têm em suas casas, embora este tenha um valor de aquisição muito elevado… Como explicar este fenómeno?



[1] VELLAME, Igor, Historia do rádio, Instrumentação para o ensino. P 10

POSTAGENS POPULARES

MARCAÇÕES

#NewNarratives2020 (1) 7 de Abrl (1) Acção (2) Acredite (2) Adão e Eva (1) Africa (3) Agricultura (1) Agua (1) Alimentos ricos em Ferro (1) Assassino Economico (1) Austrália (1) BBC (1) Beatfreeks (1) Blog (1) Bolsa de estudo (1) Buraco dos Assassinatos (1) Capulana (1) Carlos Cardoso (1) Casamento Premauro (1) Centro de Estudos Interdisciplinares de Comunicacao (1) China (1) Cidadania (1) Cinema (1) Cirurgia (1) Co-creation Hub Nigeria (CcHUB) (1) Codigo Braille (1) Comércio (1) Comissão Consultiva de Trabalho (1) Competência (1) Comunicação (1) Comunicacao Social (1) Conflito religioso (1) Constituição da republica de Moçambique (2) Coronavírus (1) Coronavírus em Moçambique (1) Coutinho Zitha (1) Criança (1) Crise em Africa (1) Cristão (2) Critica (1) Cultura (2) deficientes (1) Dependencia (1) Dependência (1) Desenvolvimento Africano (1) Dia da Mulher Moçambicana (1) Dialogo (2) Dinheiro (2) direitos humanos (2) Disciplina (2) diversidade (1) Divida da Ematum (2) Documentario (1) Economia (3) Educacao (1) Educacao em Mocambique (2) Empreendedor (1) Empreendedorismo em Moçambique (1) Empregado (1) Emprego (3) Emprego em Moçambique (1) Escola (3) Esmola (1) Estereótipos em Africa (1) Estudante (1) Ethos (1) EUA (2) exclusao (1) Facebook (1) FIPAG (1) Foco (1) Frelimo (2) Funcionario (1) Futuro (1) Gás (1) Globalizacao (2) Governo (1) Gramatica portugues (1) Guerra (1) Hospital Central (1) Identidade (1) Igrejas (1) igualdade de genero (2) Imperialismo Cultural. (1) Imprensa Moçambicana (1) Inatter (1) Inhambane (1) Inteligencia Coletiva (1) Internet (4) Investigação (1) Islão (1) IURD (1) Jardim do Éden (1) Jornal (1) Jornal Savana (2) Jornalismo de Dados (1) Jornalismo Moçambicano (1) Kigali (1) Lavagem cerebral (1) Libano (1) Liberdade de expressao (1) Liberdade de pensamento (1) Lingua Bantu (1) Louis Pojman (1) MAM (1) Manipulação (1) Mapa (1) Maputo (2) Mário Fonseca (1) Maxaquene (1) Media (1) Melancolia (1) Metodologia de Pesquisa (1) Miseria (1) Mocambique (5) Moçambique (13) Moçambique. (1) Motivação (1) Mozambique Coronavírus (1) Muculmano (1) Mulher (2) mundo (1) Namoro (1) NGINGA (1) Nigeria (1) Nostalgia (1) Novas Narrativas (1) Opinião sobre África (1) Ordem dos Medicos (1) Palavra (1) Participacao Inclusiva (1) Paz (1) Pesca (1) Petróleo (1) Pobreza (2) Poema (1) Polana (1) Portugues (1) Praia de Tofo (1) Problema (1) Proindicus (1) Psicologia (1) Qualidade de ensino (1) Quelimane é a capital das bicicletas em Moçambique (1) Racismo (1) Radio (2) Rário Moçambique (1) Renamo (2) Riqueza (1) Rogério Marques (1) Rogerio Marques Benedito (1) Rogério Marques Júnior (2) RTP Africa (1) Rua (1) Rwanda (1) Salario (1) Sálario Minino (1) Salomão Moyana (1) Serpente (1) Solução (1) Telefone (1) Televisao (2) Tofinho (1) Trabalho (1) Tweets (1) Twitter (1) UEM (1) Unicef (1) Update Coronavírus (1) verbo (1) Vitrina das Ossadas (1) Xenofobia (1) Zaire (1) Zambezia (1) Zambia (1)

INSCREVA-SE & FIQUE LIGADO!

powered by TinyLetter