Abra mentes

Escolha sua Língua

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

MAIS ALFABETIZADOS, MENOS OUVINTES DO RÁDIO(?)

O rádio é um meio de comunicação que para além de servir como entretenimento para diversas pessoas durante o dia, também é muito importante no tráfego aéreo, e nos sistemas de transporte em geral, na segurança, entre outros. A sua invenção remonta aos anos de 1600, quando William Gilbert Inventou o electroscópio associado ao magnetismo e só termina em 1906 com a invenção da “válvula audion”, pelo norte-americano Lee DeForest, constituída por filamento, placa e grade.

Com o fim da primeira Guerra Mundial, a indústria americana Westinghouse ficou com um grande stock de aparelhos de rádio fabricados para a guerra. Instalou-se uma grande antena no pátio para transmitir música e, assim, nasce a radiodifusão através da comercialização dos aparelhos[1]. Actualmente, vive-se num espaço público com diversos meios de comunicação, dentre os quais passo a citar: Rádio, Televisão, Jornal, Telefone e Internet. O tempo passa e as coisas mudam.

Em Moçambique, a maior parte das famílias antigas – digo há 10 anos – tinha sempre, em sua casa, um aparelho de rádio para manter-se actualizado, informado e entretido. O rádio era, sem dúvidas, o melhor amigo do homem. O factor “iliteracia” e pobreza têm sido apontados em muitos estudos, como a causa que faz com que este instrumento seja de maior uso e acessibilidade em Moçambique, dado que parte significativa da nossa população é analfabeta e pobre. Tendo em conta o primeiro factor, podemos arriscar o nosso pensamento e construirmos a seguinte premissa: Quanto mais alfabetizados formos, maior a probabilidade do desuso do rádio.

Este raciocínio parece lógico. Como sabemos, a taxa de iliteracia tem vindo a diminuir e aumentando a taxa de letrados. Este fenómeno cria o abandono do uso do rádio para a televisão e ou a internet. Como explicar isso? Simples. “Numa sala de aulas constituída por 30 estudantes na cidade de Maputo, uma professora colocou a seguinte questão: Quem escuta rádio? Quantos têm rádio em casa? Relativamente a primeira questão, apenas quatro afirmaram que escutavam o rádio e os restantes 26 não. Na segunda questão todos foram unânimes em dizer que não tem rádio em casa, porém, os que disseram que escutavam, faziam-no através dos “smart phones”. Embora todos tivessem smart phones, poucos escutavam rádio.”

Ademais, os estudantes não sabem explicar as motivações que leva-lhes a não escutarem rádio, mesmo tendo inúmeras possibilidades de o fazer hoje em dia. A televisão é o meio de comunicação mais acreditado, pois, todos vêem e têm em suas casas, embora este tenha um valor de aquisição muito elevado… Como explicar este fenómeno?



[1] VELLAME, Igor, Historia do rádio, Instrumentação para o ensino. P 10

Sem comentários:

Enviar um comentário

POSTAGENS POPULARES

MARCAÇÕES

#NewNarratives2020 (1) 7 de Abrl (1) Acção (2) Acredite (2) Adão e Eva (1) Africa (3) Agricultura (1) Agua (1) Alimentos ricos em Ferro (1) Assassino Economico (1) Austrália (1) BBC (1) Beatfreeks (1) Blog (1) Bolsa de estudo (1) Buraco dos Assassinatos (1) Capulana (1) Carlos Cardoso (1) Casamento Premauro (1) Centro de Estudos Interdisciplinares de Comunicacao (1) China (1) Cidadania (1) Cinema (1) Cirurgia (1) Co-creation Hub Nigeria (CcHUB) (1) Codigo Braille (1) Comércio (1) Comissão Consultiva de Trabalho (1) Competência (1) Comunicação (1) Comunicacao Social (1) Conflito religioso (1) Constituição da republica de Moçambique (2) Coronavírus (1) Coronavírus em Moçambique (1) Coutinho Zitha (1) Criança (1) Crise em Africa (1) Cristão (2) Critica (1) Cultura (2) deficientes (1) Dependencia (1) Dependência (1) Desenvolvimento Africano (1) Dia da Mulher Moçambicana (1) Dialogo (2) Dinheiro (2) direitos humanos (2) Disciplina (2) diversidade (1) Divida da Ematum (2) Documentario (1) Economia (3) Educacao (1) Educacao em Mocambique (2) Empreendedor (1) Empreendedorismo em Moçambique (1) Empregado (1) Emprego (3) Emprego em Moçambique (1) Escola (3) Esmola (1) Estereótipos em Africa (1) Estudante (1) Ethos (1) EUA (2) exclusao (1) Facebook (1) FIPAG (1) Foco (1) Frelimo (2) Funcionario (1) Futuro (1) Gás (1) Globalizacao (2) Governo (1) Gramatica portugues (1) Guerra (1) Hospital Central (1) Identidade (1) Igrejas (1) igualdade de genero (2) Imperialismo Cultural. (1) Imprensa Moçambicana (1) Inatter (1) Inhambane (1) Inteligencia Coletiva (1) Internet (4) Investigação (1) Islão (1) IURD (1) Jardim do Éden (1) Jornal (1) Jornal Savana (2) Jornalismo de Dados (1) Jornalismo Moçambicano (1) Kigali (1) Lavagem cerebral (1) Libano (1) Liberdade de expressao (1) Liberdade de pensamento (1) Lingua Bantu (1) Louis Pojman (1) MAM (1) Manipulação (1) Mapa (1) Maputo (2) Mário Fonseca (1) Maxaquene (1) Media (1) Melancolia (1) Metodologia de Pesquisa (1) Miseria (1) Mocambique (5) Moçambique (13) Moçambique. (1) Motivação (1) Mozambique Coronavírus (1) Muculmano (1) Mulher (2) mundo (1) Namoro (1) NGINGA (1) Nigeria (1) Nostalgia (1) Novas Narrativas (1) Opinião sobre África (1) Ordem dos Medicos (1) Palavra (1) Participacao Inclusiva (1) Paz (1) Pesca (1) Petróleo (1) Pobreza (2) Poema (1) Polana (1) Portugues (1) Praia de Tofo (1) Problema (1) Proindicus (1) Psicologia (1) Qualidade de ensino (1) Quelimane é a capital das bicicletas em Moçambique (1) Racismo (1) Radio (2) Rário Moçambique (1) Renamo (2) Riqueza (1) Rogério Marques (1) Rogerio Marques Benedito (1) Rogério Marques Júnior (2) RTP Africa (1) Rua (1) Rwanda (1) Salario (1) Sálario Minino (1) Salomão Moyana (1) Serpente (1) Solução (1) Telefone (1) Televisao (2) Tofinho (1) Trabalho (1) Tweets (1) Twitter (1) UEM (1) Unicef (1) Update Coronavírus (1) verbo (1) Vitrina das Ossadas (1) Xenofobia (1) Zaire (1) Zambezia (1) Zambia (1)

INSCREVA-SE & FIQUE LIGADO!

powered by TinyLetter