A
vida dá-nos, muitas vezes, dois extremos. Ali ou aqui. No urbano ou no rural.
Pobre ou Rico. Branco ou Negro. Alto ou baixo. Homem ou Mulher... são extremos
que para mim complicam a ideia de igualdade. A discussão sócio-político do
conceito adiciona-lhe mais um termo: “oportunidade” ficando, portanto,
“igualdade de oportunidade”. Ainda assim, basta olhar para aqueles extremos que
nos dividem para começar a questionar, também, a ideia
de “igualdade de oportunidades”.
É uma agenda
que foi incluída nas nossas lutas graças aos ventos franceses. É bonito quando
ouço alguém a dizer que luta para garantir maior “igualdade de oportunidades”.
Esta causa está, quase sempre, relacionada a ideia de “gênero” que, por sua
vez, segmenta a sua atenção à “mulher” como que o elo mais fraco, que precisa
de ser empoderada para, por si, conquistar e exercer a ocupação de espaços (?).
Quem
nunca, depois de ter ficado a vida toda na zona urbana, reclamou das ausências
de certos recursos quando viaja à uma zona rural? Quem nunca, com o seu
conhecimento comprovado, chumbou a uma vaga por ser negro ou não ter tido
dinheiro para “comprar a vaga”? Quem nunca, pela sua condição física, foi
limitado a aceder alguns serviços? Quem nunca, pela sua indumentária pobre, lhe
foi violado um direito?
Será
que existem diferentes níveis de igualdade do qual defendemos? Será que, por
viver na zona rural, por exemplo, devo merecer uma educação pobre, um hospital
pobre, vias de acesso pobres, etc.? Será que, por ser mulher e viver na zona
rural, estou condenada a ser uma eterna agricultora? Como falar em igualdade se
a sociedade, ela própria, já estratifica as camadas sociais: os pobres, a
classe média e a classe alta? A sociedade ainda vinca-se de limitar os recursos
em função da classe social do indivíduo, isto é, dá ao pobre o que é para o
pobre, ao médio o que é para o médio, ao rico o que é para o rico.
Como
é que os pobres podem transitar à camada de “ricos”? Quando é que a sociedade
será feita apenas de ricos? (risos). Defende-se, e eu também, que a educação é
o factor determinante para a ascensão socioeconómico do indivíduo. Um fator que
pode conduzir-nos à mudança da situação de pobreza que nos limita e agudiza a
nossa desigualdade. Só não sei se é com o tipo de educação que vejo que, de
facto, se vai mudar o cenário...
PS:
Estou só a pensar alto... só a pensar
Rogério Marques Júnior
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