Quem tem manípulo tem
poder de conduzir o nosso dia-a-dia e até de determinar o nosso futuro. Quem
tem manípulo pode fazer-nos reféns e viciados aos seus bens de consumo. Quem
tem manípulo pode levar-nos a concordar com ele mesmo quando errado. Quem tem
manípulo invade a nossa privacidade. Quem tem manípulo pode, eventualmente, ter
a solução de, quase, todos os problemas.
E nós? Temos manípulos ou
somos manipulados? Por quem? É difícil entender quem, de facto, manipula-nos.
Algumas pessoas são manipuladas e não percebem, dado a imensa angústia e
desespero a que estão sujeitas todos os dias resultantes do comportamento dos
que têm manípulos.
Mas nem tudo precisa ser
assim. Nós podemos também adquirir o manípulo e, em pé de igualdade, jogarmos com
os manipuladores que, imagino, sejam tão humanos como nós. Talvez a pergunta
imediata seja como fazer isso?
Não há receitas prontas,
na verdade. Mas, com certeza, uma sociedade que aposta, na prática e não na
teoria, na qualidade da educação; melhor segurança alimentar; provisiona melhor
rede de infra-estruturas sociais; melhor atendimento médico e medicamentoso; transparência;
justiça social; etc. está, devagar, a dar o manípulo aos manipulados.
Uma sociedade que contraria
àquele tipo-ideal parece ter a intenção, propositada, de não dar o manípulo aos
manipulados. Parece ter o desejo de favorecer poucos contra muitos. Nelson
Mandela já disse uma vez que “a educação é a chave que pode mudar o mundo”.
Portanto, o primeiro passo para a ascensão do manípulo é a educação no seu
sentido mais amplo, pois o resto é complementar.
Cá entre nós, quem, desse
lado, tiver o manípulo para resolver os problemas amplamente conhecidos neste
sector, por favor, agradecemos que pressione em “fast-forward” para, rapidamente,
ultrapassarmos este episódio triste para um em que os manipulados são mais
educados, conscientes, mais éticos e atentos à sua própria conduta. Estes são
os primeiros sinais de que nós, também, estamos no comando do jogo.
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