
Os Media têm um grande poder de agendar e moldar as pessoas. Quando mal utilizados, são capazes de criar estereótipos com potencial de destruir nações em todas as suas dimensões quer seja política, social, económica e cultural. A percepção que se tem de África no estrangeiro deriva muito da forma como os Media retratam o continente nas suas peças de reportagem. De forma geral, os Media do ocidente apegam-se mais na narrativ
a de uma África extremamente pobre, sangrenta, faminta, analfabeta, tecnologicamente excluída, corrupta, etc. – e isto não é, de todo, mentira, pois contem boa doze de verdade. Contudo, focar-se apenas na exposição destes temas de forma repetitiva e ignorar tudo de bom que por cá se faz é uma conduta que enraíza uma narrativa incompleta sobre África, por isso problemática.
É para discutir sobre as alternativas que os Africanos, sobretudo os mais jovens, tem para a reconstrução e correcção das narrativas antigas, incompletas e incorrectas sobre a África que estou em Rwanda, concretamente em Kigali. Há bons exemplos de jovens Africanos que já estão a dar um grande contributo para tal. Em Moçambique, por exemplo, temos o jovem
Jessemusse Cacinda que através da sua editora
Ethale Publishing busca narrar a África, dentro do seu contexto, na lente dos próprios africanos. A ideia é que este movimento continue a crescer e para tal, os Editores, Músicos, Jornalistas, Activistas, Pintores, Escultores, Escritores, Políticos, etc. são chamados a contribuir para um melhor aprofundamento da percepção de África dentro e fora dela.