Abra mentes

Escolha sua Língua

segunda-feira, 30 de março de 2015

REPENSANDO A PARTICIPAÇÃO INCLUSIVA

www.unicef.orgMoçambique é um país com cerca de 20 069 738 habitantes de acordo com o senso de 2007 e destes estima-se que  1.500.000 são portadores de deficiência. No entanto este grupo de indivíduos, na sua maioria, tem uma participação ínfima nos domínios da vida politica, social, económica, cultural, etc. dado que, variadíssimos factores concorrem, literalmente, para a sua exclusão.

* Os deficientes visuais encaram diversas dificuldades na área de educação, pois as bibliotecas públicas, bem como privadas não oferecem livros no sistema de código Braille. Sendo assim, torna-se difícil, para eles, a leitura de manuais.

Há quem pode dizer que a tecnologia é a solução para este problema porque hoje temos softwares sofisticados com inteligência suficiente para ler os ficheiros digitais. Não nego esta premissa, porem é preciso questionar quantos cegos possuem e sabem manejar o computador? Será que todos os livros de que precisam estão devidamente digitalizados?

* Temos escassez de professores capacitados a ensinar um deficiente, sobretudo auditivo e visual. Proponho que as Universidades com a inclinação pedagógica reformulassem o currículo e procurassem integrar técnicas de ensino a pessoas portadoras de deficiência. As escolas e sistemas de educação precisam ser transformados para atender às necessidades individuais de todos os educandos. Quantos professores recentemente formados estão habilitados a ensinar um cego? Um mudo?


* Os nossos edifícios tem sido, também, um calcanhar de Aquiles para muitos paralíticos… sem querer tocar a questão dos transportes… Parecem pequenos problemas, mas se reflectirmos iremos compreender que os efeitos deles advindos são de grande impacto na negativa. Participação Inclusiva é uma realidade ainda distante no contexto moçambicano. Precisamos repensar!

quarta-feira, 11 de março de 2015

MATAR UMA LÍNGUA É MATAR A IDENTIDADE DE UM POVO

tenamensagem.blogspot.com
Quando Moçambique tornou-se independente, em 25 de Junho de 1975, adoptou o Português como a língua oficial. Com isso, visava-se efectivar a unidade Nacional, dado a heterogeneidade linguística no país. De acordo com O Ethnologue[1], Moçambique tem 43 línguas, das quais 41 são línguas bantu, também chamadas “línguas nacionais” na Constituição da república, e as restantes são o português e a língua de sinais.

Os dados do Censo de 1980, no conjunto das línguas faladas em Moçambique, o português era falado por cerca 25% da população, e constituía a língua materna[2] de pouco mais de 1% dos seus locutores. Nos dias que correm, este cenário alterou-se completamente devido ao “prestígio” que a língua portuguesa conquistou no espaço moçambicano. Podemos ilustrar isso com os dados do censo populacional de 1997, onde o número de falantes do Português é já de 39,6% deixando para trás o E-makhuwa, com 26,3%, seguida de Xi-changana,  com 11,4% e da E-Lomwe,  7,9%.

As motivações e factores desta tendência progressiva de valorização da língua oficial portuguesa em Moçambique em detrimento das línguas nacionais são apresentados por Perpetua Gonçalves nos seguintes termos:

“…Contribuíram certamente para este aumento o facto de o conhecimento desta língua constituir uma base indispensável à obtenção de benefícios sociais e económicos, o que faz com que, a nível urbano, esteja em curso um processo intenso de mudança de língua[3].

Como podemos ver, de forma sucinta, há aqui algum problema que assenta na valorização das línguas nacionais por parte dos moçambicanos. Prevejo eu, que dentro de meio século tenhamos um número insignificante de falantes de línguas bantu em Moçambique, pelo menos, se o cenário continuar assim. Não quero com isso dizer que não falemos o português, mas que saibamos falar também a nossa língua local. Não existe língua mais importante que a outra.

Os colegas de carteira que convivem diariamente comigo, na sua maioria, afirmam não saber falar a sua língua de origem, porém compreendem-na. O mais incrível e curioso é que este mesmo indivíduo fala Português, Inglês, Espanhol e uma infinidade de línguas. Porquê ridicularizar o que é nosso? Porquê não manter o mesmo nível de interesse em aprender a nossa língua?

Embora, a nível dos meios de comunicação social de radiodifusão pública, haja um esforço de transmitir conteúdos e fazer emissões em línguas locais não é o suficiente. Tomemos todos, de forma particular, a mão na consciência para não nos deixarmos “colonizar” e “confundir” por este “imperialismo cultural”.




[1] Uma instituição linguística de princípios cristãos que estuda principalmente línguas minoritárias para propiciar a seus falantes textos bíblicos em sua língua materna.
[2] É a primeira língua que uma criança aprende e que geralmente corresponde ao grupo étnico-linguístico com que o indivíduo se identifica culturalmente
[3] http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/geografia/portuguesmocambique.pdf

sábado, 21 de fevereiro de 2015

A VANTAGEM DE UM DIÁLOGO DE QUALIDADE

www.xiskya.com
Conheço uma história de amigo meu, que dá conta que ele passou cerca de cinco anos atrás de uma mesma moça afim de namora-la. Depois deste período, finalmente, conseguiu tê-la como namorada e, logo depois, como esposa.

Embora o jovem tenha andado muito tempo atrás dessa “moça”, infelizmente, eles ficaram dois anos juntos e no terceiro separaram-se, isto é, a relação rompeu-se entre os dois devido a inúmeros factores que não posso precisar.

Quem de nós ficaria todo esse tempo atrás de alguém? O que terá falhado para o relacionamento romper-se rápido? Sempre que queremos convencer/conquistar uma mulher usamos argumentos através do diálogo e, regra geral, a qualidade do diálogo é proporcional à qualidade dos sujeitos e dos objectivos.

Entretanto, se os objectivos e argumentos deste jovem tivessem sido claros e de qualidade, provavelmente, não levaria tanto tempo para conquistar a referida “moça” e o relacionamento não teria sido frágil.

Um cenário parecido está acontecer com o nosso GOVERNO(?). Ficam muito tempo DIALOGANDO sobre um assunto e quando entram em “acordo” eclode um outro problema, assim, entramos num círculo vicioso de problemas. Vamos todos repensar isso.

Cá para comigo, penso que haja falta de “qualidade empática” de muitos dialogantes, tornando-se por isso egoístas perante causas patrióticas. Até porque um diálogo com qualidade poupa as nossas energias, nosso tempo e até poupa o nosso dinheiro… Em termos logísticos, quantos meticais gastam em cada ronda?

1.     Será que os objectivos de cada ronda são claramente delimitados?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

MAIS ALFABETIZADOS, MENOS OUVINTES DO RÁDIO(?)

O rádio é um meio de comunicação que para além de servir como entretenimento para diversas pessoas durante o dia, também é muito importante no tráfego aéreo, e nos sistemas de transporte em geral, na segurança, entre outros. A sua invenção remonta aos anos de 1600, quando William Gilbert Inventou o electroscópio associado ao magnetismo e só termina em 1906 com a invenção da “válvula audion”, pelo norte-americano Lee DeForest, constituída por filamento, placa e grade.

Com o fim da primeira Guerra Mundial, a indústria americana Westinghouse ficou com um grande stock de aparelhos de rádio fabricados para a guerra. Instalou-se uma grande antena no pátio para transmitir música e, assim, nasce a radiodifusão através da comercialização dos aparelhos[1]. Actualmente, vive-se num espaço público com diversos meios de comunicação, dentre os quais passo a citar: Rádio, Televisão, Jornal, Telefone e Internet. O tempo passa e as coisas mudam.

Em Moçambique, a maior parte das famílias antigas – digo há 10 anos – tinha sempre, em sua casa, um aparelho de rádio para manter-se actualizado, informado e entretido. O rádio era, sem dúvidas, o melhor amigo do homem. O factor “iliteracia” e pobreza têm sido apontados em muitos estudos, como a causa que faz com que este instrumento seja de maior uso e acessibilidade em Moçambique, dado que parte significativa da nossa população é analfabeta e pobre. Tendo em conta o primeiro factor, podemos arriscar o nosso pensamento e construirmos a seguinte premissa: Quanto mais alfabetizados formos, maior a probabilidade do desuso do rádio.

Este raciocínio parece lógico. Como sabemos, a taxa de iliteracia tem vindo a diminuir e aumentando a taxa de letrados. Este fenómeno cria o abandono do uso do rádio para a televisão e ou a internet. Como explicar isso? Simples. “Numa sala de aulas constituída por 30 estudantes na cidade de Maputo, uma professora colocou a seguinte questão: Quem escuta rádio? Quantos têm rádio em casa? Relativamente a primeira questão, apenas quatro afirmaram que escutavam o rádio e os restantes 26 não. Na segunda questão todos foram unânimes em dizer que não tem rádio em casa, porém, os que disseram que escutavam, faziam-no através dos “smart phones”. Embora todos tivessem smart phones, poucos escutavam rádio.”

Ademais, os estudantes não sabem explicar as motivações que leva-lhes a não escutarem rádio, mesmo tendo inúmeras possibilidades de o fazer hoje em dia. A televisão é o meio de comunicação mais acreditado, pois, todos vêem e têm em suas casas, embora este tenha um valor de aquisição muito elevado… Como explicar este fenómeno?



[1] VELLAME, Igor, Historia do rádio, Instrumentação para o ensino. P 10

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

ONDE ESTÁ A CAPULANA?

A cultura não se obtém com um labor obtuso e intensivo e é antes o produto da liberdade e da ociosidade exterior. Não se adquire, respira-se. O que trabalha para ela são os elementos ocultos.

Sou um objecto, que desde o tempo primórdio, nasci em todas as comunidades, servindo de património de todos e todas que comigo encantam-se. Venho de muito longe, mas não de um lugar sem nome, pois, é da terra que nasço, partindo de uma pequena semente lançada na terra pelo árduo trabalho do homem, passa-se o tempo, fazem-se processos, e eu, já estou pronta. Pronta para ser usada cuidadosamente, lavada e passada a ferro para que as desconhecidas gerações conheçam quem eu sou e me valorizem com a mais infinita estimação.

Há algum tempo atrás, eu era das mulheres do campo e da cidade em toda a sua extensão, mas agora, as que mais me privilegiam são as mulheres do campo, e na cidade, só são as de origens mais antigas que de mim querem saber. A pena habita dentro de mim, as gerações modernas estão consumadas pela cultura estrangeira, esquecendo a sua verdadeira identidade que ilustra a africanidade, nas suas bocas o meu nome não passa, e se passa, é como um vento trazendo ideias transgressoras. E é daí que tão grande que sou, me torno numa Bulizinha, numa Sainha, estando tudo no grau diminutivo.
Não nego que seja envolvida pelas culturas estrangeiras, acredito que a minha valorização e promoção vem disto, vejo-me em grandes eventos, digo do desfile de moda, bordando o corpo dos africanos e não só nos locais longínquos da minha origem, fazendo com que esta gente me conheça, fazendo também que eu não seja apenas para alguns, mas para todos.

A infelicidade toma conta de mim, quando as pessoas fazem-me numa peça sem valor. Há gentes que queiram conviver comigo, prometem por si mesmas que se me alcançarem farão de tudo para o meu bem-estar, mas não tem como, tudo porque as possibilidades não são suficientes para o meu arrecadamento, e outras com possibilidades não vêm o quanto sou importante. Logo depois são os desprezos, mãos tratos entre outros que dia a pós dia, vou passando.

Vejam, do jeito que estou a ser inovada, agora posso ser e estar grudado no pulso em formato de pulseiras e também posso ajudar-te a carregar os teus matérias de escola em formato de pasta, posso refrescar-te em tempos de calor em formato de Pantalonas, Saias, posso proteger os seios das mulheres em formato de sutiãs, e ainda posso muito mais.


Tu aí! Queres que eu exista e continue a torna-vos lindos? Então clamo do vosso apoio, digam a todos da importância que tenho, digam ainda que mereço um tratamento especial, que eu sou a identidade cultural deles. Aos que querem continuar a desvalorizar-me, digo-lhes que ainda resta uma porção visível de tanta felicidade em mim, porque em cada país do continente que me viu nascer e crescer, existem datas em que as mulheres, até os homens me emancipam com tanta elevação, falo de datas, como se fosse só em estas datas que sou valorizada pelo meu povo. Muito pelo contrário, nos mais simples dias, me torno companheiro de todos nos seus locais de trabalho, compartilhando sentimentos e emoções de todos e isto vai contagiando as novas gerações. A todos que lutam pelo meu bem endereço-lhes um grande aceno de apreço, pois são com estes feitos que continuarei viva para sempre no seio do mundo em geral, e em particular, no seio da comunidade africana.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

QUEM MATOU OS TEUS TALENTOS E HABILIDADES?

Uma vez, Fernando Pessoa o poeta, o filosofo e escritor português escreveu o seguinte:Quando matamos um sonho, matamo-nos a nós mesmos, pois um sonho é o que temos de realmente nosso”, e eu quero reinventar isso substituindo o sonho pelo talento ou habilidade ficando da seguinte maneira: Quando matamos um talento/habilidade, matamo-nos a nós mesmos, pois um talento/habilidade é o que temos de realmente nosso”. Por vezes inúmeras, deparamo-nos com situações que nos são desagradáveis, pois, nestes momentos sentimo-nos forçados a fazer coisas que não se coadunam ao nosso princípio, e se olharmos pelos impactos que isto trás, perceberemos que é totalmente negativo, porque? – não há nisso o amor e entrega.

A história nestes trâmites vem da província da Zambézia, distrito de Nicoadala há trinta quilómetros da cidade capital – Quelimane. Um jovem estudante (ou aluno como queiram) do nível médio identificado por Pedro era caracterizado por uma inteligência incrível, ele lia os textos académicos e rapidamente apreendia de modo interpretativo o conteúdo e partilhava-os com os seus colegas que tinham dificuldades em compreender uma determinada matéria.

Era um rapaz invejável, no seu percurso académico brilhou, pois nunca conheceu o termo “reprovar”, ele transitava com notas excelentes, até que depois de concluir o nível secundário e médio respectivamente, ele pensou em concretizar o seu maior sonho – ser professor da língua “portuguesa” – como sabemos, para ser um bom professor não basta apenas uma formação técnica, é preciso, ainda, uma formação superior e, assim queria o Pedro, formar-se numa universidade moçambicana “renomada”.

A sua família deu-lhe sempre apoio moral e financeiro de modo que ninguém matasse os seus sonhos, suas habilidades e ideais para, se calhar, melhorar a tão dita qualidade de ensino num país que precisa desenhar boas políticas para a concretização deste plano que, até então, embora dos avanços no campo da educação, é uma autêntica utopia.
Lembremo-nos daquelas duas palavras que destaquei na introdução (amor e entrega). Pedro ao seguir o seu verdadeiro sonho fá-lo-ia com Amor e Entrega que, são as chaves necessárias para o sucesso de qualquer um, em qualquer área e qualquer coisa que for a fazer.

Chegou aquele dia, em que Pedro concorreu para a tal dita renomada Universidade moçambicana para o curso de português no nível de licenciatura, um mês depois, os resultados do exame foram publicados e, ele havia sido aprovado. Semanas depois estava o Pedro, sentado numa sala de uma Universidade, era o seu primeiro dia de aulas. Estava ansioso, a sala era tão diferente daquela que estava habituado, tinham ventoinhas por cima, um quadro branco em sua frente e carteiras em forma de secretarias. Como devem idealizar era uma coisa mesmo nova.

Durante os dias, semanas, e meses seguintes, Pedro sentia que a sua boa habilidade de interpretar os textos académicos, a habilidade de raciocinar e reflectir sobre o que estuda estava reduzindo de mansinho, como consequência ele tirou notas muito baixas que nunca na sua vida tinha tirado. Por isso ele pensou: ”talvez seja porque sou novo neste nível, as coisas podem vir a melhorar”. Pelo contrário, cada dia que passava, mais o Pedro se afundava naquele buraco que lhe roubava a criatividade e, sobretudo a inteligência.

Isso foi acontecendo, até que, um dia, ele parou para pensar bem sobre o caso. Na sua longa e produtiva reflexão, chegou a seguinte conclusão:

1.     Na universidade em que estudo, 80% dos meus professores obrigam-nos a uma fiel memorização dos textos das fichas que nos dão, e como se não bastasse, devemos responder na avaliação tal como vem escrito na ficha. Caso procures interpretar por tuas próprias palavras vai te valer uma nota preta.

2.    Durante as aulas, os professores, na sua maioria, mostram não estar preparados para a matéria de que querem que tenhamos domínio, isto é, eles improvisam tudo.

3.    O aluno não é respeitado perante a contribuição que dá na aula, o professor olha-o como adversário, se este, mostrar que sabe um pouco além do professor.


Estas são algumas conclusões do Pedro. A pergunta que eu vos faço agora é a seguinte: olhando os problemas do Pedro como de muitos outros estudantes do nosso país, que futuro lhes aguarda?


Reformemos as nossas escolas, e não teremos que reformar grande coisa nas nossas prisões
                                                                                                             
                                                                                                                       ( John Ruskin )



sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

UMA NOVA LINGUA(GEM) ESTÁ POR VIR

Como um daqueles antigos profetas previram as coisas futuras que estão actualmente acontecendo, quero também arriscar o meu raciocínio, se calhar lógico, prevendo as coisas que ultimamente vem surgindo na nossa sociedade global com maior enfoque as redes sociais que tem conseguido roubar maior parte do nosso tempo e não só. Dou votos positivos e meritórios ao aparecimento destas redes cibernéticas que em muito tem nos ajudado, desde o envio de simples mensagem até aos documentos mais complexos. Esta invenção é mesmo fantástica, o homem conseguiu reunir num só sistema a tricotomia que antes estava separada – áudio, imagem e da escrita.

Este último, a escrita, tem ganhado contornos alarmantes, porque muitos são os usuários “ignorantes da escrita” no grau superlativo absoluto sintético, pois, visível é a substituição de certos grafemas pela fonologia das mesmas – saindo da denotação para a conotação das palavras durante os “posts” – que estes vão expressando em formato dos seus pensamentos nos seus “timelines” das redes sociais (Facebook, Twitter, Linkedin, etc).

Sempre que me apetece, tenho passeado em alguns perfis de certas pessoas com um grau “académico” apreciável, a fim de ver o que e como estes escrevem. Surpreendentemente, encontrei publicações, respectivamente, escritas: “Xtwu çem preocupasão”, olah, kro, fejtjarmj, gud, uceh, etc !!! O que é que te vem à cabeça em termos de significado quando olhas para isso? Complicado nem? Fiquei curioso em ver os comentários, e mais uma surpresa tive, porque na tentativa de correcção, os ignorantes da escrita socorriam-se em afirmar que em “Redes Sociais”, cada um tem a liberdade de expressar o que quer e como quer, isto é, não existem extremos que norteiam, ontologicamente, os indivíduos dentro destas plataformas.

Como devem ver, há uma nova língua sendo normalizada – pelo menos ao nível virtual - e que em breve passará a ser usada (risos... intuição minha), com que então me digam: Que tipos de académicos esperamos futuramente? Reflictamos todos!

Em minha opinião, penso que as redes sociais deviam criar algum tipo de programa detector de erros ortográficos que impeça a sua publicação; é necessário que exista uma política de idade para a utilização destas tais redes, visto que um grande número de menores utiliza este aparato de forma irresponsável e inconsciente sendo, facilmente, influenciados (positivo ou negativamente) pelas coisas que lá vêem. Resultado dessa lacuna é a defeituosa educação que estas poderão adquirir, correndo assim o risco de um futuro académico “perdido”.


Ademais, se considerarmos as redes sociais como uma espécie de rede que controla as atitudes do homem, então é fundamental que tenhamos em mente que, a nossa personalidade na medida em que cometemos atitudes medíocres entra em jogo com a possibilidade extrema de falência.
                                                                                 
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO

  1. Será que estes usuários têm, em seus aparelhos, os teclados com as respectivas letras? Se têm, então porquê insistir nesta abreviatura informal?
  2. Terá, esta prática, influência para a vida académica dos protagonistas? Em que medida?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

QUEM FOI O ARQUITECTO DA UNIDADE NACIONAL? (GWAMBE OU MONDLANE?)


Adelino Gwambe foi o percursor da União Democrática de Moçambique, o primeiro partido político moçambicano, em 1960, com apenas 20 anos de idade. Marcelino dos Santos, Fanuel Malhuza e Uria Simango – todos estes muito mais velhos, com acima de 35 anos, foram seus subalternos na Udenamo. À altura da formação da Frelimo, resultante da fusão da Udenamo, Unami e Manu, Gwambe já tinha um passado de militância revolucionária, sob influência de revolucionários zimbabweanos. Em meados de 1961, quando se radicou em Dar-Es-Salam, Gwambe era considerado uma figura com ideias pouco ortodoxas. Ele advogava a guerrilha imediata contra o colonialismo português muito antes de esse percurso vir a ser decido por Mondlane e seus continuadores.
 
A ligação de Adelino Gwambe com então governo do Gana, por via do seu amigo pessoal e presidente daquele país africano Kwame NKruma, não terá sido bem vista pela Tanzania, antogónico ao do Gana no que respeita ao pan-africanismo.

Julius Nyerere, presidente da Tanzania, e Kwame Nkruma disputavam a partenidade da causa de libertação de Moçambique. O governo de Nyerere acabaria por declarar mais tarde Adelino Gwambe “persona non grata” na Tanzania alegadamente porque nas vésperas da independência deste país declarou, numa conferência de imprensa, que a Udenamo já havia feito preparativos para o início da luta armada em Moçambique. As suas notas biográficas referem que Adelino Gwambe nasceu na província de Inhambane, em 1940. Sabe-se igualmente que trabalhou no Buzi, então distrito de Manica e Sofala, antes de se refugiar em Bulawayo, segunda maior cidade da então Rhodesia do Sul, hoje Zimbabwe.

Quando se dá a eleição do presidente da Frente de Libertação de Moçambique de que viria a emanar, já depois da independência, uma ala que adoptaria o mesmo acrónimo – Frelimo – ao criar o partido hoje no poder, Adelino Gwambe não esteve presente. Decorria o 1.º Congresso da Frente e Adelino Gwambe estava na Índia. No seu regresso, na contra-mão da unanimidade da eleição de Mondlane como lider do movimento, as rixas entre ambos agudizam-se. Gwambe acusava Mondlane de estar “sob vassalagem do imperialismo americano”. As ligações de Eduardo Mondlane aos Estados Unidos da América estão hoje bem documentadas. A CIA, através da Fundação Ford, apoiou financeiramente a construção do Instituto Moçambicano para formar quadros moçambicanos no exilio. O jornal Freedom Fighter, na altura, publicou um artigo em relatava que Mondlane recebera 96 mil USD, naquele tempo uma quantia avultada. Mais tarde, afastado da Frente de Libertação de Moçambique, Adelino Gwambe funda a Coremo, e embora ainda hoje não provado há dados que indiciam que possa ter sido também executado por decisão extrajudicial, em M´telela, pelos seus pares de primeira hora.

Número de casos de Ébola cresce pela primeira vez em 2015

No total, 22.495 pessoas foram infectadas com o vírus em nove países

O número de casos de Ébola contabilizados na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa aumentou na última semana de Janeiro, o que representa a primeira alta desde o início do ano, anunciou nesta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

 "O relatório semanal indica um aumento nos três países, pela primeira vez este ano. Houve 124 novos casos notificados durante a semana", indica a OMS.

 Durante os sete dias que antecederam o dia um de Fevereiro, 124 novos casos foram confirmados nos três países oeste-africanos que estão no epicentro da epidemia mortal. Segundo as últimas estatísticas, trinta e nove casos foram registrados na Guiné, contra 30 na semana passada; cinco na Libéria, contra quatro uma semana antes; e 80 em Serra Leoa, contra 65 durante a semana que terminou em 25 de Janeiro.

 "A resistência comunitária continuada, a disseminação geográfica crescente na Guiné e a transmissão generalizada em Serra Leoa, bem como um aumento na incidência, demonstram que a resposta (ao Ébola) ainda enfrenta desafios significativos", destacou a OMS.

 No total, 22.495 pessoas foram infectadas com o vírus em nove países e 8.981 delas morreram, segundo os números mais recentes. Quase todos os óbitos, excepto 15, ocorreram nos três países oeste-africanos.

Fonte: AFP

POSTAGENS POPULARES

MARCAÇÕES

#NewNarratives2020 (1) 7 de Abrl (1) Acção (2) Acredite (2) Adão e Eva (1) Africa (3) Agricultura (1) Agua (1) Alimentos ricos em Ferro (1) Assassino Economico (1) Austrália (1) BBC (1) Beatfreeks (1) Blog (1) Bolsa de estudo (1) Buraco dos Assassinatos (1) Capulana (1) Carlos Cardoso (1) Casamento Premauro (1) Centro de Estudos Interdisciplinares de Comunicacao (1) China (1) Cidadania (1) Cinema (1) Cirurgia (1) Co-creation Hub Nigeria (CcHUB) (1) Codigo Braille (1) Comércio (1) Comissão Consultiva de Trabalho (1) Competência (1) Comunicação (1) Comunicacao Social (1) Conflito religioso (1) Constituição da republica de Moçambique (2) Coronavírus (1) Coronavírus em Moçambique (1) Coutinho Zitha (1) Criança (1) Crise em Africa (1) Cristão (2) Critica (1) Cultura (2) deficientes (1) Dependencia (1) Dependência (1) Desenvolvimento Africano (1) Dia da Mulher Moçambicana (1) Dialogo (2) Dinheiro (2) direitos humanos (2) Disciplina (2) diversidade (1) Divida da Ematum (2) Documentario (1) Economia (3) Educacao (1) Educacao em Mocambique (2) Empreendedor (1) Empreendedorismo em Moçambique (1) Empregado (1) Emprego (3) Emprego em Moçambique (1) Escola (3) Esmola (1) Estereótipos em Africa (1) Estudante (1) Ethos (1) EUA (2) exclusao (1) Facebook (1) FIPAG (1) Foco (1) Frelimo (2) Funcionario (1) Futuro (1) Gás (1) Globalizacao (2) Governo (1) Gramatica portugues (1) Guerra (1) Hospital Central (1) Identidade (1) Igrejas (1) igualdade de genero (2) Imperialismo Cultural. (1) Imprensa Moçambicana (1) Inatter (1) Inhambane (1) Inteligencia Coletiva (1) Internet (4) Investigação (1) Islão (1) IURD (1) Jardim do Éden (1) Jornal (1) Jornal Savana (2) Jornalismo de Dados (1) Jornalismo Moçambicano (1) Kigali (1) Lavagem cerebral (1) Libano (1) Liberdade de expressao (1) Liberdade de pensamento (1) Lingua Bantu (1) Louis Pojman (1) MAM (1) Manipulação (1) Mapa (1) Maputo (2) Mário Fonseca (1) Maxaquene (1) Media (1) Melancolia (1) Metodologia de Pesquisa (1) Miseria (1) Mocambique (5) Moçambique (13) Moçambique. (1) Motivação (1) Mozambique Coronavírus (1) Muculmano (1) Mulher (2) mundo (1) Namoro (1) NGINGA (1) Nigeria (1) Nostalgia (1) Novas Narrativas (1) Opinião sobre África (1) Ordem dos Medicos (1) Palavra (1) Participacao Inclusiva (1) Paz (1) Pesca (1) Petróleo (1) Pobreza (2) Poema (1) Polana (1) Portugues (1) Praia de Tofo (1) Problema (1) Proindicus (1) Psicologia (1) Qualidade de ensino (1) Quelimane é a capital das bicicletas em Moçambique (1) Racismo (1) Radio (2) Rário Moçambique (1) Renamo (2) Riqueza (1) Rogério Marques (1) Rogerio Marques Benedito (1) Rogério Marques Júnior (2) RTP Africa (1) Rua (1) Rwanda (1) Salario (1) Sálario Minino (1) Salomão Moyana (1) Serpente (1) Solução (1) Telefone (1) Televisao (2) Tofinho (1) Trabalho (1) Tweets (1) Twitter (1) UEM (1) Unicef (1) Update Coronavírus (1) verbo (1) Vitrina das Ossadas (1) Xenofobia (1) Zaire (1) Zambezia (1) Zambia (1)

INSCREVA-SE & FIQUE LIGADO!

powered by TinyLetter