Moçambique não é rico
apenas pela existência de diversos recursos minerais. Moçambique não é rico
apenas porque tem uma diversidade cultural significativa e invejável.
Moçambique não é rico apenas pelas belas paisagens e praias. Moçambique é também
rico pela existência de muitos monumentos e lugares casados com a sua história.
E é sobre lugares históricos que esta publicação é dirigida.
Entrada para o Buraco dos Assassinatos |
Na semana passada, o olho
do cérebro, deu umas voltas à cidade de Inhambane, Província do mesmo nome. De lá
ficou a dentro da existência de inúmeras referências obrigatórias da nossa história.
Acabou por interessar-se em: Buraco dos assassinatos, Vitrina
das ossadas e a Casa onde foi aprovada a primeira
constituição da então República Popular de Moçambique. Não é
maravilhoso?
Os dois primeiros lugares
localizam-se em Tofinho e o terceiro localiza-se na Praia de Tofo.
Conta-se que o buraco dos mortos é um lugar onde, na era colonial, os
moçambicanos desconfiados de estarem filiados a FRELIMO eram torturados até revelarem.
Caso revelassem ou não, estes eram ali abandonados ainda vivos amarrados em
sacos, morrendo, posteriormente. Este acto era feito no período noturno até que
um dia um grupo de marinheiros viu do alto mar um candeeiro aceso na crosta
terrestre. Curiosos, os marinheiros aproximaram-se e descobriram que tratava-se
de um buraco onde continham centenas de mortos.
Buraco dos assassinatos_Tofinho_Inhambane |
Após a independência de
Moçambique, os ossos dos moçambicanos mortos naquele buraco foram guardados num
lugar que hoje se chama vitrina das
ossadas. Infelizmente, nos dias que correm, os ossos já não se encontram na
vitrina. De acordo com populares, estes ossos foram roubados por um grupo de
curandeiros para fins até hoje desconhecidos.
Um outro lugar de referência
em Inhambane é a casa onde foi aprovada a primeira constituição da então República
Popular de Moçambique. Este lugar foi alertado em meados de 2012 pelo
ex-presidente de Moçambique, Armando Emílio Guebuza, a necessidade de
preservação e valorização. Porém, a sua localização choca um pouco com o
respeito e veneração de que se devia ter, pois, pelos lados deste edifício existem
barracas de bebedeira, tornando-o quase “insignificante” aos olhos de quem
passa por ali.
Se hoje, o olho do cérebro
teve a oportunidade de conhecer estes lugares é porque houve conservação. Então
conservação deve ser a palavra de ordem para os nossos patrimónios históricos para
que hoje, amanhã e depois de amanhã os moçambicanos conheçam marcas físicas da
sua história, evitando por isso ficar na abstração daquilo que os livros nos
ensinam. Nada é mais emocionante que viver a história em contacto com o lugar
do acontecimento.
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