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terça-feira, 18 de agosto de 2015

QUANDO A CRÍTICA NÃO TEM ESPAÇO

controlesocialdesarandi.com.brA crítica é filha do casamento surgido entre a liberdade de pensamento e liberdade de expressão e é neta legítima da democracia. Ela surgiu quase que ao mesmo tempo com a sua avó. Quer dizer, é somente possível tecer críticas a alguém quando se estiver numa topografia democrática. Todos dizemos de viva voz que aceitamos ser criticados. Porém esta vontade, que vive no mundo ideal, não pactua com a realidade desse sujeito.

Quando o nosso amigo pouco elogia e muito critica, somos, muitas vezes avesso ao seu comportamento, mas quando acontece o contrário a amizade apresenta sintomas de uma duração por muitos e longos anos. Parece que o “bajulismo”[1] agrada-nos mais e o “frontalismo” menos ou nada agrada. Qual é a consequência desta tendência comportamental? – O conformismo.

Alguns teóricos dizem de forma clara que a crítica, em todas as suas acepções, é, por si só, fundamental para o progresso qualitativo da individualidade e da colectividade. Quer dizer, uma sociedade que vive sem a crítica quase ou nada sabe das suas falhas e dos seus sucessos. Tornando-se refém dos erros do passado e do futuro. O mesmo acontece com o individuo.

Aceitar uma crítica é o mesmo que abrir uma porta para o sucesso. Aceitar uma crítica é permitir que os outros sejam o espelho onde revês se estás ou não lindo, ajustado, no caminho certo, etc. É claro que nem todas as críticas são bem-vindas para o nosso progresso, algumas vem com intenções de limitar a nossa bulimia ao crescimento. Por isso, casos há em que devemos ceifar e selecionar entre o joio e o trigo – o que levar comigo?

Os que deviam ser mais críticos em uma sociedade são os Jornalistas, por esta razão alguns autores dizem ser necessário que estes tenham liberdade para comentar a realidade, orientando seus leitores, ouvintes ou telespectadores.

Infelizmente, entretanto, não é sempre assim, nem mesmo em países mais desenvolvidos. Basta lembrarmos a demissão do jornalista Peter Arnett, em 2004, nos Estados Unidos de América – EUA, por ter criticado a invasão do Iraque. E o que dizer dos países subdesenvolvidos?

O denominador comum nesse tipo de países é; Vários exemplos de jornalistas que por enveredarem por este caminho de “críticos” e “vigilantes sérios” acabaram, de algum modo, por ser silenciados. O silenciamento pode percorrer caminhos bélicos e até mesmo falso-apaziguadores. Não são apenas jornalistas, também académicos “críticos” demonstram ter sucesso fugaz!  

Um pensador, do qual tenho enorme respeito, Tácito, diz o seguinte: Quem se irrita 
com as críticas está a reconhecer que as merece. Por isso pergunto uma vez mais, sentes-te tu à vontade perante uma crítica? Ou seja és receptivo a críticas? Se a resposta para estas perguntas forem SIM, parabéns!



[1] Neologismo do autor que quer dizer: processo de bajular, espirito bajulador

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