A crítica é filha do
casamento surgido entre a liberdade de
pensamento e liberdade de expressão
e é neta legítima da democracia. Ela
surgiu quase que ao mesmo tempo com a sua avó. Quer dizer, é somente possível
tecer críticas a alguém quando se estiver numa topografia democrática. Todos
dizemos de viva voz que aceitamos ser criticados. Porém esta vontade, que vive
no mundo ideal, não pactua com a realidade desse sujeito.
Quando o nosso amigo pouco
elogia e muito critica, somos, muitas vezes avesso ao seu comportamento, mas
quando acontece o contrário a amizade apresenta sintomas de uma duração por
muitos e longos anos. Parece que o “bajulismo”[1]
agrada-nos mais e o “frontalismo” menos ou nada agrada. Qual é a consequência
desta tendência comportamental? – O conformismo.
Alguns teóricos dizem de
forma clara que a crítica, em todas as suas acepções, é, por si só, fundamental
para o progresso qualitativo da individualidade e da colectividade. Quer dizer,
uma sociedade que vive sem a crítica quase ou nada sabe das suas falhas e dos
seus sucessos. Tornando-se refém dos erros do passado e do futuro. O mesmo
acontece com o individuo.
Aceitar uma crítica é o
mesmo que abrir uma porta para o sucesso. Aceitar uma crítica é permitir que os
outros sejam o espelho onde revês se estás ou não lindo, ajustado, no caminho certo, etc. É claro que nem todas as
críticas são bem-vindas para o nosso progresso, algumas vem com intenções de
limitar a nossa bulimia ao crescimento. Por isso, casos há em que devemos
ceifar e selecionar entre o joio e o trigo – o que levar comigo?
Os que deviam ser
mais críticos em uma sociedade são os Jornalistas,
por esta razão alguns autores dizem ser necessário
que estes tenham liberdade para comentar a realidade, orientando seus leitores,
ouvintes ou telespectadores.
Infelizmente, entretanto, não é sempre assim, nem mesmo em
países mais desenvolvidos. Basta lembrarmos a demissão do jornalista Peter Arnett, em 2004, nos Estados
Unidos de América – EUA, por ter criticado a invasão do Iraque. E o que dizer dos países subdesenvolvidos?
O denominador
comum nesse tipo de países é; Vários exemplos
de jornalistas que por enveredarem por este caminho de “críticos” e “vigilantes
sérios” acabaram, de algum modo, por ser silenciados. O silenciamento pode
percorrer caminhos bélicos e até mesmo falso-apaziguadores. Não são apenas
jornalistas, também académicos “críticos” demonstram ter sucesso fugaz!
Um pensador, do qual tenho enorme respeito, Tácito, diz o
seguinte: Quem se irrita
com as críticas está a reconhecer que as merece.
Por isso pergunto uma vez mais, sentes-te tu à vontade perante uma crítica? Ou seja
és receptivo a críticas? Se a resposta para estas perguntas forem SIM, parabéns!
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