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Escolha sua Língua

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Dados de Casos de Coronavírus Confirmados Positivos em Moçambique (em actualização)

CORONACHECK: Plataforma de informação dos casos positivos do Coronavírus em Moçambique

Com base na informação oficial, poderá encontrar neste mapa dados atualizados dos casos do Coronavírus em Moçambique




O que é Coronavírus?

É um vírus que causa infecções semelhantes a uma gripe comum e pode provocar doenças respiratórias mais graves como a pneumonia.

O período de incubação

O vírus tem um período de incubação de 2 a 14 dias.

Como se transmite?

  • De uma pessoa com a doença para outra através de gotículas de saliva quando tosse ou espirra;
  • Objectos/superfícies contaminadas.

Sintomas

  • Febres;
  • Tosse;
  • Dores Musculares e;
  • Dificuldade de Respirar.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

COMBATENDO O ESTEREÓTIPO SOBRE ÁFRICA: QUE CAMINHOS?

Os Media têm um grande poder de agendar e moldar as pessoas. Quando mal utilizados, são capazes de criar estereótipos com potencial de destruir nações em todas as suas dimensões quer seja política, social, económica e cultural. A percepção que se tem de África no estrangeiro deriva muito da forma como os Media retratam o continente nas suas peças de reportagem. De forma geral, os Media do ocidente apegam-se mais na narrativa de uma África extremamente pobre, sangrenta, faminta, analfabeta, tecnologicamente excluída, corrupta, etc. – e isto não é, de todo, mentira, pois contem boa doze de verdade. Contudo, focar-se apenas na exposição destes temas de forma repetitiva e ignorar tudo de bom que por cá se faz é uma conduta que enraíza uma narrativa incompleta sobre África, por isso problemática.
É para discutir sobre as alternativas que os Africanos, sobretudo os mais jovens, tem para a reconstrução e correcção das narrativas antigas, incompletas e incorrectas sobre a África que estou em Rwanda, concretamente em Kigali. Há bons exemplos de jovens Africanos que já estão a dar um grande contributo para tal. Em Moçambique, por exemplo, temos o jovem Jessemusse Cacinda que através da sua editora Ethale Publishing busca narrar a África, dentro do seu contexto, na lente dos próprios africanos. A ideia é que este movimento continue a crescer e para tal, os Editores, Músicos, Jornalistas, Activistas, Pintores, Escultores, Escritores, Políticos, etc. são chamados a contribuir para um melhor aprofundamento da percepção de África dentro e fora dela.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

AGARRE FIRME AS OPORTUNIDADES DA VIDA E CRESÇA

Selma Inocência, uma jornalista de referência obrigatória em Moçambique, conhecia-lhe apenas pela televisão, através dos seus admiraveis programas de resportagens de investigação, e nunca me passou pela cabeça que um dia, na jornada da vida, teria a oportunidade de conhecê-la e tecer laço de amizade. Mas porquê estou eu a citar Selma Inocência neste texto com um trecho de vídeo que "não lhe diz respeito"? É porque não teria chegado ao vídeo sem a sua ajuda. Mas, de que forma ela ajudou-me?



Equanto cursava Jornalismo em Maputo, inscrevi-me para um curso de Jornalismo Televisivo de seis meses (Mídia Lab) da IREX e foi lá onde conheci, pessoalmente, Selma Inocência que, no entanto, era a nossa mentora. Dado a sua característica de trato facil e humildade, para além de mentora, a relação entre ela e os mentorados (incluindo eu ) evoluio também para amizade.
Num desses dias, lá para o final do Curso, recebi uma chamada dela propondo-me uma oportunidade de colaborar para uma Revista Economica denominada Business Connect. Não hesitei, abracei a oportunidade e uma semana depois já era quadro junior da empresa Sublime Media Africa (detentora da revista) e durante dois anos tive a honra de partilhar o mesmo espaço com um outro conceituado jornalista português chamado Mário Lino, com quem aprendi "n" coisas - a mais impressionante, "pensar, sempre, fora da caixa".
É durante a minha passagem por esta revista que entrevistei Rui Mesquita, um jovem empreendedor fundador da Mozambikes. Portanto, é aqui onde acontece a magia  e eu nem sabia .
Entre eu e o Rui foram três anos sem nehum contacto depois daquela entrevista. Portanto, no final de 2018, depois de ter fundado a Associação Cidadãos de Moçambique, escrevemos um projecto social denominado NGINGA e não tinhamos ideia de onde buscar recursos financeiros para a sua operacionalização. Durante as minhas longas meditações, foi então que ocorreu-me o nome de Rui Mesquita. Liguei-lhe. Abordei-lhe sobre a nossa ideia e sem hesitar ele abraçou e ajudou-nos a materializar.
Depois do lançamento oficial do NGINGA, tivemos um impacto e notoriedade que nunca antes pensamos. Outras empresas, incluindo bancos, juntaram-se a nós e outras pessoas singulares, nacionais e internacionais, também acarinham o projecto. Este vídeo acima é também parte deste sucesso.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

UM ARQUITECTO OCULTO DO PRINCÍPIO DA MINHA JORNADA PROFISSIONAL

Era 2008 e eu andava na oitava classe na Escola Secundária Geral de Coalane, em Quelimane. Primeira classe do ensino secundário e muita coisa era nova para mim, portanto. Novas disciplinas, novos amigos e nova escola. Nesta época, fiz amizade fechada com um colega de nome Bernardino Uaquela Bca
No entanto, num desses dias da nossa jornada académica daquele ano, Bernardino informou-me que havia algumas vagas de voluntariado abertas no Clube da Criança da Rádio Moçambique, emissor provincial da Zambézia e, como eu andava a procura de algo diferente que me pudesse ocupar, vi ali a minha única chance de abraçar o desafio. Procurei saber com o Bernardino sobre os requisitos e procedimentos para candidatar-se e ele explicou-me que simplesmente teria que me dirigir à Rádio na manhã do sábado seguinte e apresentar a minha intenção.
Sábado chegou e lá fui eu à Rádio apresentar a minha intenção de fazer parte do Clube de Rádio da Criança. Eram pontualmente sete horas quando lá cheguei. Encontrei outras crianças mais novas que, tal como eu, queriam concorrer à vaga de voluntariado. De forma tímida, cumprimentei a todas e todos presentes. Puxei uma conversa com uma delas e questionei - é aqui o clube de rádio da Criança? – Sim! respondeu-me.
Ficamos ali até oito horas e, foi então que uma senhora de estatura média, clara e de uma voz suave chegou e saudou-nos a todos perguntando: - Vocês estão aqui por causa daquela vaga de voluntariado? – Sim! Respondemos em corro. Imediatamente ela convidou-nos a entrar para a sala do Clube de Rádio da Criança (CRC) e explicou-nos de como seria a competição.
“Olá a todos, sejam bem-vindos a CRC. Chamo-me Elsa Germano e sou a coordenadora do CRC. Para que cada um aqui nesta sala seja aceite como voluntário do CRC deverá ler um trava-língua de forma rápida, sem falhas. Quem conseguir fazer isto com sucesso será integrado no CRC a partir de hoje. Aqui está o desafio” – disse, enquanto entregava-nos um papel com o seguinte texto:
“Num ninho de mafagafos, quatro mafagafinhos há. Quem mafagafar os mafagafinhos, bom mafagafinhador será”.
Parece um texto simples, mas acreditem que houve quem não conseguiu passar, porque, de facto, ler isto de forma rápida e sem gafes não é coisa para todos LOL. Enfim, feita a prova oral, graças à Deus fui aprovado para colaborador voluntário do CRC. Portanto, a partir daquele momento, a minha vida deu uma volta de 360 graus.
O CRC era um centro que, para além de produzir programas radiofónicos infanto-juvenis em língua portuguesa, e-chwabo e e-lomwe, servia de um lugar de empoderamento social e cultural das crianças. Foi lá onde tive o meu primeiro contacto com o computador, uma mesa de edição de aúdio, um microfone e, com apoio de outras crianças, aprendi a dominar todas estas tecnologias providas pelo CRC. O meu gosto pelo CRC foi crescente que, por fim, acabei me apaixonando.
Por causa desta paixão, a minha rotina de vida alterou-se completamente. Lembro-me que saía de casa muito cedo, sem tomar o pequeno-almoço, para CRC, depois seguia para escola, a seguir ia para Igreja e finalmente à casa onde teria a oportunidade de tomar a minha única refeição. Esta rotina, desgastante para alguns, mas adorável para mim, acompanhou-me durante cinco anos (2008-2012).
As pessoas sempre questionavam-me porquê dedicava-me tanto para uma coisa que não dava dinheiro? E eu nunca tinha resposta para este tipo de perguntas. Eu apenas gostava do que fazia, de tal forma que a jornada era mais interessante que qualquer beneficio dali advindo.
Vale a pena dizer que, enquanto no CRC, desempenhei as funções de sonoplasta, produtor e apresentador do mais prestigiado programa de educação denominado “Mundo Sem Segredos”, do programa infantil “Vamos Brincar e Aprender” e “Novos Horizontes”, que mais tarde veio chamar-se “Visão Jovem”.
Foi pelo CRC que recebi o meu primeiro subsídio na vida, resultante do meu empenho e reconhecimento. Foi graças ao CRC que fiz a minha primeira viagem inter-distrital para Maganja da Costa e primeira viagem Inter-provincial para a Província de Cabo Delgado. Foi graças ao CRC que, de 2013-2015, colaborei com a Antena Nacional da Rádio Moçambique, em Maputo, nos programas “Último Tempo” e “Zona Quente”. Foi no CRC onde aprendi, desenvolvi e amadureci inúmeras habilidades e estabeleci valiosos contactos que até hoje me são úteis. Por meio do CRC conheci figuras como: CoutinhoJoseSantanaMujaideEuniceIloyahFarzanaZitoGilOtíliaGércioArafatCeciliaAlexandreIvanDjhdiasVirgilioInacioSumaliAbilioAmilcar entre várias outras, incluindo Jornalistas.
Como se pode notar nesta história, não existe uma oportunidade certa para ninguém, apenas devemos agarrar firme todas as oportunidades que a vida nos oferece e colocarmos o amor acima de tudo e veremos que tudo o resto nos será canja. Não fique a espera de uma oportunidade certa, abrace-as quantas puder e mantenha uma mente aberta.

sábado, 7 de dezembro de 2019

CARÊNCIA: Uma mãe muito presente na minha infância


Há 25 anos que sou agraciado pela bênção de estar vivo, e neste mês de dezembro quero dedicar alguns textos sobre a minha vida e se, de alguma forma, servirem de lição e motivação para si, juro que nunca estaria tão feliz. Isto não quer dizer, de forma nenhuma, que eu seja melhor que quem quer que seja ou que tenha alcançado o pico da minha vida, mas tão somente uma contribuição e oportunidade para honrar publicamente a todos os MEUS que me ajudaram a chegar até aqui.
Sou o último filho da união entre a senhora Margarida Salvador, uma camponesa de veia que nunca conheceu a escola, e o senhor Rogério Massa, um veterinário de mão cheia emprestado à Polícia Municipal de Quelimane desde 2004. Nasci na Cidade de Quelimane, bairro Namuinho, na tarde de um Sábado do mês de Agosto lá para os anos 94. Tenho três irmãos (isso mesmo! somos todos homens) mais velhos de mim.
No ano em que vim para o mundo, meu pai trabalhava, sem salário, para a Companhia da Zambézia (estações de Coalane, Maquival, Namerrumo e Marrongane respectivamente) e o único benefício directo eram as carnes de vaca e o leite fresco de que tínhamos direito todos os “santos” dias durante dez anos do “quase” desemprego do meu pai. Nesta época, como sempre, a minha mãe desempenhou um papel-chave para manter-nos afastados da “insegurança alimentar”, pois do esforço abnegado da sua mão unida ao cabo-curto 24/7/365 conseguíamos ter, periodicamente, na nossa despensa um pouco de Arroz, Mandioca, milho, batata doce, amendoim, etc.
Cresci num ambiente com natureza virgem, numa casa de material precário, maticada de lodo e coberta de folhas de palmar. Em sua volta haviam palmares e machambas, algumas da minha família e outras não. Enquanto criança, as brincadeiras predominantes entre os homens eram: pesca, natação em pântanos, futebol onze (normalmente através de uma bola feita de pano e preservativo), prática de karaté (muito amador 😊), caça de pássaros, montagem de gaiolas, montagem de carros feitos de arrame, borracha e latas de cerveja, entre outras brincadeiras. Entre as mulheres, as brincadeiras predominantes eram: Neca, Cheia e Djiri, etc. (não sei colocar em português).
A minha educação de casa era como que uma vacina com poderes de me tornar apto a encarar qualquer desafio que a vida me pudesse oferecer. Ainda na tenra idade, os meus pais, de forma prática, ensinaram-me o princípio de “comida pelo trabalho”. Eu devia sempre ir à machamba para ajudar a cultivar pois era dali onde vinha o pão nosso de cada dia. Ensinou-me também a fazer os trabalhos domésticos todos (cozinhar, lavar a loiça, varrer o pátio, passar à ferro, buscar água, etc.). Ensinou-me a acordar cedo todos os dias. Ensinou-me a manter-se honesto e cordial mesmo que a vida esteja a oferecer-me dissabores. Ensinou-me a correr atrás dos meus sonhos, sem se importar o quão loucos e ousados fossem.
Embora a minha mãe fosse analfabeta, ela manteve sempre uma visão de colocar-nos na escola e monitorar rigorosamente o nosso progresso. Sinceramente, não sei se na época ela sabia o que isso significaria, sobretudo num contexto em que parte das suas amigas a zombavam porque, nas suas palavras, “a escola não nos levaria a lugar algum”. Me lembro que toda a vez que eu largasse da escola, lá estava ela com perguntas de como foi a aula, o que aprendi, se havia trabalho para casa (TPC), etc. Aquele acompanhamento era tão bom e me mantinha motivado a ficar atento a tudo o que era dito em sala de aulas para que, fielmente, respondesse às perguntas da minha curiosa mãe.
Naquela época eu não usava sapatos, ia à escola descalço e com roupas rasgadas. Não exigia lanche/dinheiro como condição para fazer-me à escola, ia mesmo sem ter tido jantar na noite anterior. Sempre que fui cabeça-dura, levei tantas chapadas para “entrar na linha”. Não haviam carteiras, sentava-me directamente no chão. Quem não tivesse nota positiva (nunca foi meu caso 😊) era reprovado, sem qualquer negociação. Não tinha electricidade, usava candeeiro à petróleo para rever durante a noite. Não haviam abundância de livros muito menos bibliotecas, usava apontamentos de cadernos de estudantes anteriores sempre que tivesse dúvidas ou trabalho para casa… enfim, estudei numa época em que a competitividade e o conhecimento falavam mais alto que qualquer aparência.
Quando penso sobre este passado, compreendo que a carência é sempre uma oportunidade para aperfeiçoamento da criatividade do homem e melhoramento do bem-estar individual e colectivo, e nunca o contrário. E a abundância…?

domingo, 3 de novembro de 2019

Continuamos a preferir o conforto a turbulência?



E se eu perguntasse aos jovens o que preferem entre o conforto e a turbulência, muitos poderão escolher o conforto, o que não é mau. Porém, a questão é que para se chegar ao “conforto”, a turbulência tem sido o caminho de muitos.

Quantos de nós está preparado para passar por “turbulências?”. Para aceitar a turbulência como o modus vivendi, penso que é importante que os jovens se preparem sempre, porque o mundo e os seus paradigmas estão em constante mudança abrindo espaços para a adopção de novas formas de ser e estar. Em outras palavras, é importante que o jovem evolua e busque preencher os requisitos exigidos pelo mundo actual porque caso contrário, seremos extinguidos e viveremos à mercê daqueles que escolheram a turbulência como um “life style”.

É importante parar de reclamar e parar de passar-se por vítima. É importante dar um passo afirmativo e determinado se quiseres fazer parte da história daqueles que optaram pelo caminho turbulento, até porque a turbulência é o fruto dos que sonham tão alto.

Continue a sonhar alto e a mirar na lua. Continue a investir em você. Continue a aprender novas coisas, porque a vida tem algo para ensinar todos os dias. Decida colocar em prática a sua solução. Comece pequeno e persista, pois a persistência é o segredo do sucesso. Seja bem-vindo à turbulência 😊

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Desenvolvimento Africano em Crise



A marcha para um desenvolvimento sustentável nos países Africanos é, definitivamente, ainda muito longa e, arrisco-me a dizer que tudo o que temos feito em nome do desenvolvimento é, apenas, um rascunho à lápis que basta uma borracha para apagar. Quando se desenham as estratégias parece que não se procura observar a sustentabilidade a longo prazo. Portanto, neste capítulo e em muitos outros a seriedade é um elemento escasso.

Aqui é muito fácil, em consequência da ignorância colectiva que nos caracteriza, ficarmos satisfeitos por coisas como, por exemplo, abertura de um novo furo de água, inauguração de uma nova estrada, abertura de nova escola, construção de um novo hospital, etc. O problema é que a abordagem que se utiliza nisto é aquela assente em pressupostos quantitativos e não qualitativos, isto é, não se pensa em infraestruturas para o futuro. Não se pensa em prover serviços com altos padrões de qualidade. O importante é, no fim, dizer que fizemos.

Olha para a forma desorganizada como as nossas cidades crescem? Olha como a expansão dos serviços públicos são feitos? Olha para a qualidade dos serviços e das infraestruturas? Olha o lixo em volta ao luxo? Olha para a forma desenfreada da exploração dos recursos naturais e a insegurança que isto cria? Olha para os altos níveis de desemprego juvenil? Olha para o comportamento dos servidores públicos? Olha para a corrupção generalizada? Olha para as taxas de pobreza? Olha para a segurança alimentar? Etc.

Muitos líderes Africanos, eles próprios, são os primeiros a atestarem a ideia de que os serviços públicos do país onde ele morra e lidera são péssimos. Em caso de um mau estar, correm para tratar-se, maioritariamente, em países de outros continentes ajudando, como é evidente, a engordar as suas economias. Os seus filhos não estudam em escolas públicas do seu país. As suas contas bancárias chorudas estão também fora do continente... Em fim.

O que se pode aprender com isto é que os líderes africanos tem plena consciência de que as infraestruturas e serviços do seu país são de baixa qualidade. Eles, também, têm ideia de como um serviço de qualidade se parece, ou seja, tem referências. Já que não podemos inventar a roda, quão difícil é importarmos e adotarmos estes modelos em África? Quão difícil é inspirar um modelo de liderança inclusiva e, verdadeiramente, interessada com o bem-estar de todos? Quão difícil é inspirar um modelo de liderança coerente com os princípios africanos? Quão difícil é...?




terça-feira, 31 de julho de 2018

Empregado ou empreendedor: O que preferes?


Resultado de imagem para empregado

-> Moçambique é um país abençoado. Temos recursos de diveresas especies: É um país abençoado porque ainda oferece muitos nichos de fazer negócio e sobreviver. É abençoado também por ter jovens, como a sua população maioritária, isto é, 34% da nossa população é jovem. O que quer dizer que somos um país com muita força para vencer quaisquer obstáculos.

-> O governo moçambicano tem estado empenhado em oferecer uma educação aos jovens que se equadre dentro das necessidades do mercado de trabalho. Pode ser visto, parcialmente, através das frequentes mudanças do currículo e do volume de investimento no sector de educação: em 1999, 12% do orçamento do estado estava voltado para o sector de educação. Em 2011 o país foi considerado como um dos que mais investe no sector da educação a nível da África. Em 2015, 19% do valor do orçamento investia a educação. Em 2017, 18% do orçamento era para o sector da educação.

->Embora este esforço, a taxa de analfabetismo continua a ser alta em Moçambique. E isto é agravado ainda mais pelo crescimento populacional. Éramos 18 milhões em 2000 e a taxa de analfabetismo era de 56%. Hoje, em 2018, somos mais de 29 milhões e a taxa de analfabetismo é de 48%, o que em termos reais não apresenta qualquer descida.

-> Temos mais de 28 milhões de pessoas. Deste total, 34% são jovens. A taxa média do desemprego em moçambique de acordo com o último boletim de trabalho é de 25,3%. E os que são mais afetados por esta taxa de desemprego são os próprios jovens com uma taxa de desemprego a rondar nos 43%.

->Segundo o Boletim Informativo de Mercado de Trabalho, a taxa de Emprego em Moçambique decresce em função do grau de escolaridade, sendo 75,8% para “nenhum nível de escolaridade” e 48,3% para pessoas com “Ensino Secundário e mais”. Este cenário encontra explicação no facto de a economia do país depender, essencialmente, da agricultura cuja força de trabalho caracteriza-se por baixo nível de escolaridade ocupando 74,6% das pessoas com “ Ensino primário do 1º Grau”.

-> O estado já foi no passado um dos maiores empregadores. Mas hoje não se pode dizer o mesmo. Por isso meus caros amigos. Eu gostaria de convidar-vos a pensar “fora da caixa”, colocando-lhes algumas perguntas:

ALGUMAS PERGUNTAS DE REFLEXÃO
-> O que você quer ser?
-> O que você está a fazer hoje para ser o que deseja?
-> Como é está a gerir o seu tempo?
-> Você gosta de ler?
-> Sobre que assuntos lê com frequência?
-> Quem é o seu ídolo/referência?

Lembra-te. O futuro, pertence àqueles que se preparam hoje. Por isso prepare-te!

sexta-feira, 20 de abril de 2018

SERÁ O NOSSO EMPREGADO SUBSERVIENTE?

Está na moda empregarmos pessoas subservientes mesmo quando comprovada a sua tamanha incompetência. Nós outros criticamos e perguntamos: "com tanta gente capaz de ocupar a função, foi-nos colocar este?". Só quero recordar que esta prática é um exercício básico para a manutenção e "abuso" do poder. Ou seja, um empregado com pensamentos próprios e orientado ao profissionalismo pode chegar a ser "ameaça" para o empregador. Aqui, a qualidade do empregador é crucial, pois, quanto mais medíocre for, mais subservientes quer ter.
O povo quer um empregado subserviente ou um com alto sentido de autonomia, pertença e profissionalismo? A nossa escolha do tipo de empregado vai revelar que raio de "patrões somos nós".
PS. Não sou apologista da incompetência

segunda-feira, 16 de abril de 2018

IGUALDADE: Uma utopia que só a morte supera

A vida dá-nos, muitas vezes, dois extremos. Ali ou aqui. No urbano ou no rural. Pobre ou Rico. Branco ou Negro. Alto ou baixo. Homem ou Mulher... são extremos que para mim complicam a ideia de igualdade. A discussão sócio-político do conceito adiciona-lhe mais um termo: “oportunidade” ficando, portanto, “igualdade de oportunidade”. Ainda assim, basta olhar para aqueles extremos que nos dividem para começar a questionar, também, a ideia de “igualdade de oportunidades”.
É uma agenda que foi incluída nas nossas lutas graças aos ventos franceses. É bonito quando ouço alguém a dizer que luta para garantir maior “igualdade de oportunidades”. Esta causa está, quase sempre, relacionada a ideia de “gênero” que, por sua vez, segmenta a sua atenção à “mulher” como que o elo mais fraco, que precisa de ser empoderada para, por si, conquistar e exercer a ocupação de espaços (?).
Quem nunca, depois de ter ficado a vida toda na zona urbana, reclamou das ausências de certos recursos quando viaja à uma zona rural? Quem nunca, com o seu conhecimento comprovado, chumbou a uma vaga por ser negro ou não ter tido dinheiro para “comprar a vaga”? Quem nunca, pela sua condição física, foi limitado a aceder alguns serviços? Quem nunca, pela sua indumentária pobre, lhe foi violado um direito?
Será que existem diferentes níveis de igualdade do qual defendemos? Será que, por viver na zona rural, por exemplo, devo merecer uma educação pobre, um hospital pobre, vias de acesso pobres, etc.? Será que, por ser mulher e viver na zona rural, estou condenada a ser uma eterna agricultora? Como falar em igualdade se a sociedade, ela própria, já estratifica as camadas sociais: os pobres, a classe média e a classe alta? A sociedade ainda vinca-se de limitar os recursos em função da classe social do indivíduo, isto é, dá ao pobre o que é para o pobre, ao médio o que é para o médio, ao rico o que é para o rico.
Como é que os pobres podem transitar à camada de “ricos”? Quando é que a sociedade será feita apenas de ricos? (risos). Defende-se, e eu também, que a educação é o factor determinante para a ascensão socioeconómico do indivíduo. Um fator que pode conduzir-nos à mudança da situação de pobreza que nos limita e agudiza a nossa desigualdade. Só não sei se é com o tipo de educação que vejo que, de facto, se vai mudar o cenário...
PS: Estou só a pensar alto... só a pensar




Rogério Marques Júnior

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Onde estão os manípulos?





Quem tem manípulo tem poder de conduzir o nosso dia-a-dia e até de determinar o nosso futuro. Quem tem manípulo pode fazer-nos reféns e viciados aos seus bens de consumo. Quem tem manípulo pode levar-nos a concordar com ele mesmo quando errado. Quem tem manípulo invade a nossa privacidade. Quem tem manípulo pode, eventualmente, ter a solução de, quase, todos os problemas.

E nós? Temos manípulos ou somos manipulados? Por quem? É difícil entender quem, de facto, manipula-nos. Algumas pessoas são manipuladas e não percebem, dado a imensa angústia e desespero a que estão sujeitas todos os dias resultantes do comportamento dos que têm manípulos.

Mas nem tudo precisa ser assim. Nós podemos também adquirir o manípulo e, em pé de igualdade, jogarmos com os manipuladores que, imagino, sejam tão humanos como nós. Talvez a pergunta imediata seja como fazer isso?

Não há receitas prontas, na verdade. Mas, com certeza, uma sociedade que aposta, na prática e não na teoria, na qualidade da educação; melhor segurança alimentar; provisiona melhor rede de infra-estruturas sociais; melhor atendimento médico e medicamentoso; transparência; justiça social; etc. está, devagar, a dar o manípulo aos manipulados.

Uma sociedade que contraria àquele tipo-ideal parece ter a intenção, propositada, de não dar o manípulo aos manipulados. Parece ter o desejo de favorecer poucos contra muitos. Nelson Mandela já disse uma vez que “a educação é a chave que pode mudar o mundo”. Portanto, o primeiro passo para a ascensão do manípulo é a educação no seu sentido mais amplo, pois o resto é complementar.

Cá entre nós, quem, desse lado, tiver o manípulo para resolver os problemas amplamente conhecidos neste sector, por favor, agradecemos que pressione em “fast-forward” para, rapidamente, ultrapassarmos este episódio triste para um em que os manipulados são mais educados, conscientes, mais éticos e atentos à sua própria conduta. Estes são os primeiros sinais de que nós, também, estamos no comando do jogo.



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

NOSTALGIA DO MEU TEMPO


Sou um cidadão daqui. Acompanhei cada marca da nossa evolução rumo à divisão e ao individualismo. Uma falsa-evolução.

No meu tempo, a pobreza era divida no estilo de um por todos e todos por um. Actualmente há os seus merecedores. Tudo porque fomos confundidos com a história de “classes”. Assim, construímos um mundo onde há classes baixas, medias e altas. Cada uma com os seus privilégios. Somos formatados a pensar que a raça A é melhor que a raça B. Somos ensinados a desacreditar em nós mesmos. É por isso que para os problemas locais, soluções de fora.

No meu tempo, sobretudo quando era jovem, manifestávamos em uníssono sempre que os nossos direitos fossem usurpados. Não fazíamos por nós. Não fazíamos para que nos chamassem heróis. Fazíamos porque tínhamos uma visão do futuro. Hoje há tantos males a acontecerem, mas os jovens são tão neutros, tão invisíveis e insensíveis. Eles conhecem os problemas, murmuram, mas guiam-se pelo “laissez faire”.

No meu tempo, a dor era compartilhada. Hoje a dor é individualizada…”salva-se quem poder”. O nosso problema é egoísta: chama-se estomago. É por conta dele que trocamos o coração pela pedra. A regra é: primeiro EU, segundo EU, terceiro EU e a conta vai crescendo com os EUs sem ELES.

No meu tempo não vivíamos camuflados da nossa verdade: eramos nós mesmos. Hoje há tanta falsidade, há tanta vida de aparências, há tanta mentira. As pessoas fazem publicidade daquilo que não são. As pessoas preferem, com medo do seu verdadeiro fantasma, estar alcoolizados a lúcidos. Porque? talvez se perderam as referências. Socorrooo!

No meu tempo reuníamo-nos em volta da fogueira e passávamos horas a fio a partilhar estórias e experiências. Privilegiávamos, seriamente, a ideia de uma interacção interpessoal. Hoje, quase, não há isso: os nossos olhos são o ecrã e os nossos dedos são a boca. Estamos numa era em que muito se escreve e pouco se fala. Ainda assim, os índices de boa escrita são incipientes.


Parece que éramos felizes e não sabíamos….

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

EXPLORAÇÃO DO PETRÓLEO: Conceito, Etapas e Legislação


RESUMO
O presente artigo faz uma análise bibliográfica procurando compreender o conceito de petróleo, olhando para as etapas da sua exploração e os impactos sociais bem como o quadro legal que rege a sua utilização em Moçambique. Em geral, concluímos que o petróleo é uma matéria escura e oleosa que pode ser líquida, sólida ou gasosa. A sua exploração obedece quatro etapas a saber: (1) Levantamentos geológicos e sísmicos, (2) Perfurações exploratórias, (3) Perfuração de desenvolvimento e (4) Extracção do petróleo. Percebe-se também que de forma recorrente, têm sido divulgados pelos órgãos de Comunicação Social a ocorrência massiva em Moçambique de Recursos Naturais, com destaque para o gás e o petróleo com potência comercial. Com isso, as instituições do estado procuram encontrar mecanismos que orientem a sua exploração para o benefício do estado e da comunidade onde é explorada. Igualmente, as Instituições de Educação têm criado cursos do ramo de hidrocarbonetos para que, no futuro breve, os moçambicanos, eles próprios, preencham os requisitos de qualificação para a ocupação de uma vaga de emprego no sector petrolífero. Num contexto em que a crise económica em Moçambique agrava-se, com uma divida pública a chegar aos 130% do Produto Interno Bruto (PIB), espera-se que este recurso impulsione e melhore as condições gerais e individuais dos Moçambicanos.

domingo, 4 de dezembro de 2016

É URGENTE EXISTIR, AQUI E AGORA!

No início do mundo, de acordo com a bíblia, habitavam na terra animais e todas espécies de plantas agradáveis à vida humana, porém, não existiam, ainda, os homens – considerados imagem e semelhança de Deus. Estes vieram ao mundo através do pó e no final da sua trajetória retornarão ao pó até a próxima vinda do filho do homem – Jesus. Quando Ele chegar irá escolher, entre os mortos, quem merece estar no “paraíso” e quem merece ficar no “inferno”.

Olhando para a direção que as coisas têm tomado actualmente, faço a mim a seguinte questão: quem entre nós terá a felicidade de entrar neste lugar a lhe chamam paraíso? Existe, verdadeiramente, uma segunda vida depois da morte? Qual é a diferença entre um inferno e um paraíso? Afinal o que é ter uma vida eterna?

Uma vida eterna é, no meu entender, uma “existência eterna”. Já agora, no nosso dia-a-dia, vivemos ou existimos? Viver é a condição biológica de todo o ser vivo, pois, ele nasce, alimenta-se, cresce, reproduz-se e morre. Embora, no decorrer da vida, para alguns seres o processo seja incompleto, ele não deixará de obedecer as fronteiras impostas pela natureza - nascer e morrer. Não somos produtos do acaso, ninguém “caiu do céu” e viveu. É preciso nascer primeiro e só depois viver. A morte depende de nós, morremos quando nos deixamos morrer pelas armadilhas do mundo[1].

Podemos viver sem nunca existir. Mas quando existimos, vivemos ao mesmo tempo. Existir é ser diferente das massas, existir é exteriorizar o seu pensamento. Existir é  conhecer os limites e saber dizer sim e não sempre que se justificar. Existir é dar o teu melhor em tudo. Um sinal de que tu existes é a saudade que crias ou  a falta que fazes a alguém, a uma instituição, a uma comunidade, etc.

Podemos existir em uma pessoa, em uma comunidade, em um grupo de amigos, em nossa família, na escola, no local de trabalho e numa infinidade de lugares. Não importa para quem tu existes, nem o número de indivíduos para os quais fazes falta. Importa, isto sim, que existes. Faça diferença neste mundo em que tudo parece tomar um mesmo rumo. Tudo tende a ser igual.

Acorda! Ponha a mão na consciência, conheça-te! Há quem se interessa com a tua distração. Quanto mais distraído fores, melhor para eles. Seja atento. Seja vigilante. Fuja das armadilhas da mesmice, seja mais tu e não eles! Defina os teus valores e saiba que a tua existência é urgente. Nunca deixes para amanhã o que podes fazer hoje. A escolha é tua. Exista, por favor!






[1] Discotecas, bebedeiras, drogas, vícios pelas redes sociais, pornografia, etc

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