Abra mentes

Escolha sua Língua

sábado, 29 de agosto de 2015

ELES FALARÃO E CALAR-SE-ÃO

“Vivemos numa sociedade, em que somos obrigados a ser mudos mesmo com a boca e o cérebro em actividade”


Cuidado! Hoje em dia é perigoso pensar e falar, alias, o perigo não está em falar por si só, mas sobre que assuntos pensar e expressar. O teu pensamento e a tua expressão devem estar aliados aos grandes controladores do sistema. Aí de ti pensares e expressares diferente!? Custar-te-ade a vida.

Vida! Quem de nós tem o direito de acabar com a vida do outrem? A resposta pode ser “ninguém”. Sabemos que existem os que mesmo na terra, sendo eles seres finitos, tem o “direito” de tirar a vida de quem apenas pensa e expressa-se diferente.

Eles querem que sejamos massa! Como se diz na América do norte: Ser diferente é indecente. A massa arrasta tudo o que é diferente, egrégio, individual, qualificado e selecto. Quem não for como toda a gente, quem não pensar como toda a gente, corre o risco de ser eliminado.[1]

Mas aqui tem um problema: pensar como toda a gente? Que toda a gente é essa? Abrindo um pouco o cérebro compreenderemos que “toda a gente” é a elite minoritária, que usando do seu poder influencia comportamentos numa espécie de two-step flow of comunication.

Vale mais ficar só no pensamento? Se quando falamos posemos a nossa única riqueza – vida – em risco. Parece impossível ficar-se só no pensamento porque a natureza de todo homem assenta na comunicação, pois ele não vive em uma ilha solitária.

Matemos! - Ordenam eles. E o povo? – A consciência lhes pergunta. O povo? Que povo? Este que conheço? Eles vão falar tantos “blablás” e em pouco tempo esquecer-se-ão. Enquanto isso, serve de alerta para todos os que se expressam diferente! Serão carne de canhão, eis o destino.



[1] GASSET, Ortega y, A rebelião das Massas, p. 45, 261 p

terça-feira, 18 de agosto de 2015

QUANDO A CRÍTICA NÃO TEM ESPAÇO

controlesocialdesarandi.com.brA crítica é filha do casamento surgido entre a liberdade de pensamento e liberdade de expressão e é neta legítima da democracia. Ela surgiu quase que ao mesmo tempo com a sua avó. Quer dizer, é somente possível tecer críticas a alguém quando se estiver numa topografia democrática. Todos dizemos de viva voz que aceitamos ser criticados. Porém esta vontade, que vive no mundo ideal, não pactua com a realidade desse sujeito.

Quando o nosso amigo pouco elogia e muito critica, somos, muitas vezes avesso ao seu comportamento, mas quando acontece o contrário a amizade apresenta sintomas de uma duração por muitos e longos anos. Parece que o “bajulismo”[1] agrada-nos mais e o “frontalismo” menos ou nada agrada. Qual é a consequência desta tendência comportamental? – O conformismo.

Alguns teóricos dizem de forma clara que a crítica, em todas as suas acepções, é, por si só, fundamental para o progresso qualitativo da individualidade e da colectividade. Quer dizer, uma sociedade que vive sem a crítica quase ou nada sabe das suas falhas e dos seus sucessos. Tornando-se refém dos erros do passado e do futuro. O mesmo acontece com o individuo.

Aceitar uma crítica é o mesmo que abrir uma porta para o sucesso. Aceitar uma crítica é permitir que os outros sejam o espelho onde revês se estás ou não lindo, ajustado, no caminho certo, etc. É claro que nem todas as críticas são bem-vindas para o nosso progresso, algumas vem com intenções de limitar a nossa bulimia ao crescimento. Por isso, casos há em que devemos ceifar e selecionar entre o joio e o trigo – o que levar comigo?

Os que deviam ser mais críticos em uma sociedade são os Jornalistas, por esta razão alguns autores dizem ser necessário que estes tenham liberdade para comentar a realidade, orientando seus leitores, ouvintes ou telespectadores.

Infelizmente, entretanto, não é sempre assim, nem mesmo em países mais desenvolvidos. Basta lembrarmos a demissão do jornalista Peter Arnett, em 2004, nos Estados Unidos de América – EUA, por ter criticado a invasão do Iraque. E o que dizer dos países subdesenvolvidos?

O denominador comum nesse tipo de países é; Vários exemplos de jornalistas que por enveredarem por este caminho de “críticos” e “vigilantes sérios” acabaram, de algum modo, por ser silenciados. O silenciamento pode percorrer caminhos bélicos e até mesmo falso-apaziguadores. Não são apenas jornalistas, também académicos “críticos” demonstram ter sucesso fugaz!  

Um pensador, do qual tenho enorme respeito, Tácito, diz o seguinte: Quem se irrita 
com as críticas está a reconhecer que as merece. Por isso pergunto uma vez mais, sentes-te tu à vontade perante uma crítica? Ou seja és receptivo a críticas? Se a resposta para estas perguntas forem SIM, parabéns!



[1] Neologismo do autor que quer dizer: processo de bajular, espirito bajulador

POSTAGENS POPULARES

MARCAÇÕES

#NewNarratives2020 (1) 7 de Abrl (1) Acção (2) Acredite (2) Adão e Eva (1) Africa (3) Agricultura (1) Agua (1) Alimentos ricos em Ferro (1) Assassino Economico (1) Austrália (1) BBC (1) Beatfreeks (1) Blog (1) Bolsa de estudo (1) Buraco dos Assassinatos (1) Capulana (1) Carlos Cardoso (1) Casamento Premauro (1) Centro de Estudos Interdisciplinares de Comunicacao (1) China (1) Cidadania (1) Cinema (1) Cirurgia (1) Co-creation Hub Nigeria (CcHUB) (1) Codigo Braille (1) Comércio (1) Comissão Consultiva de Trabalho (1) Competência (1) Comunicação (1) Comunicacao Social (1) Conflito religioso (1) Constituição da republica de Moçambique (2) Coronavírus (1) Coronavírus em Moçambique (1) Coutinho Zitha (1) Criança (1) Crise em Africa (1) Cristão (2) Critica (1) Cultura (2) deficientes (1) Dependencia (1) Dependência (1) Desenvolvimento Africano (1) Dia da Mulher Moçambicana (1) Dialogo (2) Dinheiro (2) direitos humanos (2) Disciplina (2) diversidade (1) Divida da Ematum (2) Documentario (1) Economia (3) Educacao (1) Educacao em Mocambique (2) Empreendedor (1) Empreendedorismo em Moçambique (1) Empregado (1) Emprego (3) Emprego em Moçambique (1) Escola (3) Esmola (1) Estereótipos em Africa (1) Estudante (1) Ethos (1) EUA (2) exclusao (1) Facebook (1) FIPAG (1) Foco (1) Frelimo (2) Funcionario (1) Futuro (1) Gás (1) Globalizacao (2) Governo (1) Gramatica portugues (1) Guerra (1) Hospital Central (1) Identidade (1) Igrejas (1) igualdade de genero (2) Imperialismo Cultural. (1) Imprensa Moçambicana (1) Inatter (1) Inhambane (1) Inteligencia Coletiva (1) Internet (4) Investigação (1) Islão (1) IURD (1) Jardim do Éden (1) Jornal (1) Jornal Savana (2) Jornalismo de Dados (1) Jornalismo Moçambicano (1) Kigali (1) Lavagem cerebral (1) Libano (1) Liberdade de expressao (1) Liberdade de pensamento (1) Lingua Bantu (1) Louis Pojman (1) MAM (1) Manipulação (1) Mapa (1) Maputo (2) Mário Fonseca (1) Maxaquene (1) Media (1) Melancolia (1) Metodologia de Pesquisa (1) Miseria (1) Mocambique (5) Moçambique (13) Moçambique. (1) Motivação (1) Mozambique Coronavírus (1) Muculmano (1) Mulher (2) mundo (1) Namoro (1) NGINGA (1) Nigeria (1) Nostalgia (1) Novas Narrativas (1) Opinião sobre África (1) Ordem dos Medicos (1) Palavra (1) Participacao Inclusiva (1) Paz (1) Pesca (1) Petróleo (1) Pobreza (2) Poema (1) Polana (1) Portugues (1) Praia de Tofo (1) Problema (1) Proindicus (1) Psicologia (1) Qualidade de ensino (1) Quelimane é a capital das bicicletas em Moçambique (1) Racismo (1) Radio (2) Rário Moçambique (1) Renamo (2) Riqueza (1) Rogério Marques (1) Rogerio Marques Benedito (1) Rogério Marques Júnior (2) RTP Africa (1) Rua (1) Rwanda (1) Salario (1) Sálario Minino (1) Salomão Moyana (1) Serpente (1) Solução (1) Telefone (1) Televisao (2) Tofinho (1) Trabalho (1) Tweets (1) Twitter (1) UEM (1) Unicef (1) Update Coronavírus (1) verbo (1) Vitrina das Ossadas (1) Xenofobia (1) Zaire (1) Zambezia (1) Zambia (1)

INSCREVA-SE & FIQUE LIGADO!

powered by TinyLetter