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terça-feira, 20 de setembro de 2016

HOJE INOCENTES, AMANHÃ CULPADOS

http://3.bp.blogspot.com/_syRc4nfznsw/TPaBGr7l0fI/AAAAAAAANv8/zFnpuJeCsNY/s1600/Sou uma criança. Nunca conheci o meu pai. Minha mãe disse-me que ele negou responsabilizar-se por mim e foi-se embora sem deixar pistas. Hoje tenho 5 anos e todos dias, sem excepção, seguro na mão da minha mãe, que é deficiente visual, e vamos pedir dinheiro nas esquinas da cidade que me vou nascer.

É preciso ter muita sorte para conseguir algum para comer. Em cada 100 transeuntes somente um dá-nos alguma moeda. É como se no lugar de coração as pessoas tivessem pedra. Nós só queremos um pouco de dinheiro para podermos ter comida. Comida que vocês despejam grandes quantidades naqueles contentores da rua em que eu e minha mãe pedimos esmola.

Também tenho um sonho. Gostaria de estudar e ser professora, mas não posso porque a rua toma mais o meu tempo e nega-me um direito importante: a educação. Já tenho 15 anos e nunca conheci a escola, por isso não consigo ter um emprego. Não tenho escolha, nós (eu e minha mãe) precisamos de dinheiro para “sobreviver”. Vou ser uma “prostituta”.

Não me culpem pela escolha que fiz. Não tenho culpa de nascer numa família pobre e num país onde não se pode ascender quando se não tem condições. Não pedi para nascer num lugar onde as crianças são, simplesmente, marginalizadas em diversos níveis. Não pedi para nascer num lugar onde a riqueza é para poucos e a pobreza é para muitos.


A prostituição é a minha profissão. Se eu fosse homem seria um ladrão. Você faria diferente? Se não conheces as minhas dores e lutas então não me culpes e não me julgues pelo que faço… Só quero sobreviver!

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

PRECISAMOS DE (SER)PENTES!

É verdade que há verdades que não deveríamos saber. Há umas verdades que nos deixam felizes e outras tristes. Estou a falar daquelas que nos deixam desapontados e nos desligam da “coisa” antes venerada. Para os que estão dispostos a conhecer este tipo de verdade terão que pagar com seu sangue. Quem não quer parecer ser? Quem é você para estragar a festa?

É possível vermos esta tendência de esconder, a todo custo, uma verdade num livro sagrado: A Bíblia. Adão e Eva do Jardim do éden tinham liberdade de comer “n” coisas, mas estavam interditos, por Deus, de comer a “fruta da árvore do conhecimento” até que uma serpente seduziu a Eva a provar da fruta também partilhada com Adão. Daqui segue-se uma revolução na mente destes seres, autodescobrem-se e há um inconformismo. A isso Deus chama de desobediência. Ela teve um preço: A Mulher teria que sangrar por resto da sua vida e o Homem teria que trabalhar arduamente.

Muitos Homens hoje são como Adão e Eva antes de conhecerem a serpente. São obedientes, conformados e não tem conhecimento. Este último é-lhes dado mecanicamente para que sejam meras caixas-de-ressonância. Por isso, estes Homens fazem nada perante actos de injustiça, racismo, corrupção, clientelismo etc. De facto, é preciso ser desobediente sempre que há uma anomalia social. Como posso ser?

Neste momento faltam-nos as “serpentes”. Das poucas que temos, muitas já não são venenosas. Faltam-nos indivíduos que nos ofereçam a maçã da libertação. Que nos abram a mente e ajudem-nos a pensar fora da caixa. Que nos tirem desta caverna onde pensamos ser o melhor mundo. Que nos mostrem com evidências que, afinal, há alternativas melhores e que podemos exigir. Quer (ser)pente da sociedade? Seja! Pois a sociedade precisa aprender a desobedecer anomalias.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

UM GRADUADO GRADEADO


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7TIN13OVFxLV4anMisOAQP-8-Ac_D-_27MUYHBYNvHqDQjnSIojAbgwXt0cBClqc-TiFb_JmOwkdwAQ09F6IFoLieM5rxiXGJWHgG0HYsytdEEqEwRp4SB5lk4yyOXzBFBVYK0HWiKD8b/s1600/Sou estudante. Estudo com afinco e paixão. Estudo porque dizem que é por esta via que me tornarei “alguém”. Perco noites memorizando matérias de inúmeras disciplinas. Sou um estudante forçado a ser multifacetado. Sou estudante moçambicano.

Desde que aprendi a ler, apaixonei-me a primeira por temáticas de história. Lia pouco porque onde morava contáveis eram os livros. Lia pouco porque dedicava bom tempo a ajudar minha mãe com as tarefas domésticas. Lia pouco porque passava fome demasiada. Porém gostava de História embora que lesse pouco.

Assim que ingressei à universidade, este gosto foi reduzindo até que desapareceu. Hoje não sei de o que gosto mais na academia para que possa investir. Tentei adaptar-me, mas não consegui apropriar-me. Juro que tentei… Hoje sou apenas uma folha seca que segue a direccao do vento. “para onde o vento for eu vou”. Devo obedecer o vento se quiser ter sucesso. Hoje não me importo com o conhecimento, apenas quero o diploma para achar um emprego. Hoje só quero trabalhar, não me pergunte onde.


Nunca reprovei, por isso, desasseis anos depois tornei-me licenciado aos comandos do vento. Ora, estou decepcionado! Não sabia que noventa por cento do que fui ensinado nada vale para o mercado de emprego. Com os meus incipientes conhecimentos, tudo agrava-se. Estou decepcionado! A universidade onde estudei não acompanha as exigências do actual mercado. Tantos anos na carteira sentado. Hoje sou mais um graduado desempregado

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

HUMANO! ONDE ESTÁ O HUMANISMO?

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic3f88LJsaGpbSqvlZ1Y6oVqfXPGzlffBCJAt3axXilswGx8E4PhLBdqT46TRkNxl-DhkhlQLSOsf4T_9dM9uaI1bSveWprg1Qr7jbRUskWbSa86_HwFcRL8t3xbU8S_42INQQ-mdFdt0/s1600/

É tamanha dor que perpassa o meu corpo e o meu espirito. É tamanha tristeza perante a burra inteligência do ser humano. É tamanha desilusão comigo e connosco – raça de sábios, que de sábios tem nada.

Somos bandos de carcaças vazias que apregoamos, de boca cheia, os valores da igualdade, da justiça social, paz, bondade, etc. quando na verdade, a nossa luta é egoísta. A regra é: “Salve-se quem puder”. A pergunta é: “e os que não podem?”.

Nós próprios criamos mecanismos que, de forma permanente, fecham portas dos sonhos daqueles que tem o sonho como seu melhor aliado. Nós próprios delimitamos que para certas categorias requerem-se certos títulos. Então como me dizes daqueles valores?

Envidamos esforços e lutas incontáveis tentando alcançar essas utopias. Alguns fazem dessas lutas como mais uma fonte de seu sustento e enriquecimento. Se fossemos, todos nós, compatíveis com aquilo que escrevemos e exteriorizamos em público, essas lutas fariam mais sentido e alcançariam resultados animadores.

Tenho cruzado com a melancolia que afecta os sem voz, os sem teto, os sem roupa, os casados fielmente com a miséria. É uma melancolia que entre nós ainda não conhece portas para respirar novos ares. É uma melancolia que roí os corações de poucos que merecem títulos de humanos.


Eu sei que vais dizer que é problema deles. Aprenda a encarar o problema deles como teu. Este é o primeiro passo para resgatar a humanismo que cada vez mais escasseia-se nestas criaturas chamadas humanas

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