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segunda-feira, 30 de março de 2015

REPENSANDO A PARTICIPAÇÃO INCLUSIVA

www.unicef.orgMoçambique é um país com cerca de 20 069 738 habitantes de acordo com o senso de 2007 e destes estima-se que  1.500.000 são portadores de deficiência. No entanto este grupo de indivíduos, na sua maioria, tem uma participação ínfima nos domínios da vida politica, social, económica, cultural, etc. dado que, variadíssimos factores concorrem, literalmente, para a sua exclusão.

* Os deficientes visuais encaram diversas dificuldades na área de educação, pois as bibliotecas públicas, bem como privadas não oferecem livros no sistema de código Braille. Sendo assim, torna-se difícil, para eles, a leitura de manuais.

Há quem pode dizer que a tecnologia é a solução para este problema porque hoje temos softwares sofisticados com inteligência suficiente para ler os ficheiros digitais. Não nego esta premissa, porem é preciso questionar quantos cegos possuem e sabem manejar o computador? Será que todos os livros de que precisam estão devidamente digitalizados?

* Temos escassez de professores capacitados a ensinar um deficiente, sobretudo auditivo e visual. Proponho que as Universidades com a inclinação pedagógica reformulassem o currículo e procurassem integrar técnicas de ensino a pessoas portadoras de deficiência. As escolas e sistemas de educação precisam ser transformados para atender às necessidades individuais de todos os educandos. Quantos professores recentemente formados estão habilitados a ensinar um cego? Um mudo?


* Os nossos edifícios tem sido, também, um calcanhar de Aquiles para muitos paralíticos… sem querer tocar a questão dos transportes… Parecem pequenos problemas, mas se reflectirmos iremos compreender que os efeitos deles advindos são de grande impacto na negativa. Participação Inclusiva é uma realidade ainda distante no contexto moçambicano. Precisamos repensar!

quarta-feira, 11 de março de 2015

MATAR UMA LÍNGUA É MATAR A IDENTIDADE DE UM POVO

tenamensagem.blogspot.com
Quando Moçambique tornou-se independente, em 25 de Junho de 1975, adoptou o Português como a língua oficial. Com isso, visava-se efectivar a unidade Nacional, dado a heterogeneidade linguística no país. De acordo com O Ethnologue[1], Moçambique tem 43 línguas, das quais 41 são línguas bantu, também chamadas “línguas nacionais” na Constituição da república, e as restantes são o português e a língua de sinais.

Os dados do Censo de 1980, no conjunto das línguas faladas em Moçambique, o português era falado por cerca 25% da população, e constituía a língua materna[2] de pouco mais de 1% dos seus locutores. Nos dias que correm, este cenário alterou-se completamente devido ao “prestígio” que a língua portuguesa conquistou no espaço moçambicano. Podemos ilustrar isso com os dados do censo populacional de 1997, onde o número de falantes do Português é já de 39,6% deixando para trás o E-makhuwa, com 26,3%, seguida de Xi-changana,  com 11,4% e da E-Lomwe,  7,9%.

As motivações e factores desta tendência progressiva de valorização da língua oficial portuguesa em Moçambique em detrimento das línguas nacionais são apresentados por Perpetua Gonçalves nos seguintes termos:

“…Contribuíram certamente para este aumento o facto de o conhecimento desta língua constituir uma base indispensável à obtenção de benefícios sociais e económicos, o que faz com que, a nível urbano, esteja em curso um processo intenso de mudança de língua[3].

Como podemos ver, de forma sucinta, há aqui algum problema que assenta na valorização das línguas nacionais por parte dos moçambicanos. Prevejo eu, que dentro de meio século tenhamos um número insignificante de falantes de línguas bantu em Moçambique, pelo menos, se o cenário continuar assim. Não quero com isso dizer que não falemos o português, mas que saibamos falar também a nossa língua local. Não existe língua mais importante que a outra.

Os colegas de carteira que convivem diariamente comigo, na sua maioria, afirmam não saber falar a sua língua de origem, porém compreendem-na. O mais incrível e curioso é que este mesmo indivíduo fala Português, Inglês, Espanhol e uma infinidade de línguas. Porquê ridicularizar o que é nosso? Porquê não manter o mesmo nível de interesse em aprender a nossa língua?

Embora, a nível dos meios de comunicação social de radiodifusão pública, haja um esforço de transmitir conteúdos e fazer emissões em línguas locais não é o suficiente. Tomemos todos, de forma particular, a mão na consciência para não nos deixarmos “colonizar” e “confundir” por este “imperialismo cultural”.




[1] Uma instituição linguística de princípios cristãos que estuda principalmente línguas minoritárias para propiciar a seus falantes textos bíblicos em sua língua materna.
[2] É a primeira língua que uma criança aprende e que geralmente corresponde ao grupo étnico-linguístico com que o indivíduo se identifica culturalmente
[3] http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/geografia/portuguesmocambique.pdf

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